Preço da carne no açougue sobe até 30% e consumidor busca opções
Assim como tantos produtos, pesquisar o preço da carne antes de comprar pode ajudar a deixar o churrasco ou o almoço de cada dia, mais barato. Em abril, o quilo do cupim e do acém foram os que tiveram maior variação no preço, com altas de 29,45% e 26,59%, respectivamente.
Pesquisa realizada pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp mostra que o quilo do cupim pode custar de R$ 13,72 a R$ 17,76, enquanto o acém alcança de R$ 12,45 a R$ 15,76.
Do ano passado pra cá, o reajuste da carne chegou em média a 15,67%, de acordo com o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza. O aumento do dólar frente ao real facilitando a exportação e fatores climáticos que influenciaram na hora do abate foram predominantes neste aumento.
Na hora de comprar a carne, o valor final na conta da aposentada Maria do Rosário Fagundes, faz toda a diferença, que segundo ela, dependendo do corte a diferença chega até R$ 100 no final do mês.
Para economizar, ela conta que está consumindo mais frango e carne de porco. “O quilo da coxa e sobrecoxa consigo encontrar por R$7,98, quase o dobro da carne. Outra mudança também foi incluir mais carne de segunda nas refeições. Não dá para comprar alcatra sempre, por exemplo”.
Já a dona de casa Maria Auxiliadora Santos, conta que sempre aproveitar promoções em mercados e açougues para comprar. “Tem uns dois lugares que vou que começam com ofertas de quinta até domingo. Tem lugar que os valores caem até R$ 9, ou seja, consigo comprar fígado, coxinha da asa ou peito de frango com essa diferença”.
A procura por carne de segunda como forma de economizar é confirmado pelo açougueiro Mário Márcio Carvalho, da Casa de Carne Buriti, afirma que a maioria dos clientes tem optado por acém, músculo e costela de boi. “Quando compram carne de primeira, escolhem coxão duro ou patinho. Claro que há clientes que compram picanha e filé mignon, mas é mais difícil”.
Aberto há quase um mês, o quilo do acém custa R$12,49 e do filé mignon R$ 31,90. Segundo o proprietário do local, Victor Arriagada, os preços estão abaixo da tabela de muitos outros estabelecimentos, e ele fará o possível para segurar os valores por cerca de três meses. “Acabamos de abrir, então precisamos cativar, conquistar o cliente”.
No supermercado Arapongas, a realidade é diferente. Segundo o açougueiro Ivaldo Batista Aquino, a procura dos clientes ainda é pela carne de primeira. Com preços reajustados há cerca de um mês, ele conta que a picanha ainda é a preferida para churrasco, e alcatra e contra-filé para o dia a dia. “Tem produtos que muita gente prefere não substituir ou economizar em outra coisa”.
Queda - Conforme a pesquisa, foi verificado que alguns peças tiveram quedas nos preços, de março para abril deste ano. O contra-filé e o patinho caíram 8,49% e 7,51%, respectivamente e pode sre achado em torno de R$20. De acordo com Celso, o resultado se deve a queda no consumo de carne. O músculo também teve queda de 6,06%, e saiu de R$ 16,33 para R$15,34.