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Economia

Prepare-se: preço do combustível pode subir mais em novembro

Demanda aumentou com retomada econômica; ANP descartou falta de gasolina e diesel

Adriel Mattos e Guilherme Correia | 20/10/2021 17:51
Petrobras confirmou que demanda pode afetar abastecimento. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Petrobras confirmou que demanda pode afetar abastecimento. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Novembro pode chegar com mais aumento nos preços da gasolina e do diesel nos postos de combustíveis de Mato Grosso do Sul. Dessa vez, não serão reajustes cotidianos, mas uma mudança no mercado internacional.

Segundo o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes), a demanda aumentou com a desaceleração da pandemia de covid-19 e a retomada econômica. Com isso, os preços no mercado internacional ficaram muito acima do praticado no Brasil.

Essa constatação já foi feita pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis Brasilcom, que representa mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis, na semana passada e na terça-feira (19) pela Petrobras.

“Mesmo com os preços nos extremos e mesmo que a Petrobras continue a comprar (pois ela não é autossuficiente ainda para atender a demanda interna), não receberia na sua totalidade, o que pode gerar o que chamamos de adequação dos produtos, ou seja, ela terá que reduzir gradativamente os pedidos para as distribuidoras, que consequentemente, também fará da mesma forma nos pedidos dos postos para atender aos seus consumidores”, explicou Edson Lazarotto, presidente do Sinpetro, ao Campo Grande News.

Uma falta de combustível chegou a ser citada pela Brasilcom, mas a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) garantiu que “não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis nesse momento”.

“A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos”, informou a reguladora em nota.

Altas constantes - O preço dos combustíveis vem pesando cada vez mais no bolso do consumidor brasileiro. A Câmara dos Deputados discute projeto de lei que muda a forma como a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incide sobre os combustíveis.

Porém, os estados são contra a mudança, que acarretaria em perda de receita. Na terça-feira (20), o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), criticou a matéria.

“Acho que é algo que eles [deputados federais] interferiram erroneamente. A culpa da gasolina estar cara é da Petrobras. Só esse ano, eles reajustaram o preço 14 vezes. Os estados não mexeram na alíquota e eu entendo que gasolina é política pública, não é só pensar em lucro dos acionistas e penalizar o povo brasileiro”, criticou.

Estudo divulgado neste mês pela CNM (Confederação Nacional de Mato Grosso do Sul) aponta que os estados percam juntos R$ 5,5 bilhões/ano em receita caso a proposta vire lei. Isso significa que menos R$ 1,3 bilhão estaria chegando aos cofres dos municípios. "Esperamos que seja reprovada”, limitou-se a dizer o secretário de estado de Fazenda, Felipe Mattos ao Campo Grande News há duas semanas.

Na semana passada, a Câmara aprovou por 392 votos a 71, o valor fixo para cobrança de ICMS sobre combustíveis. A matéria ainda deve ser analisada pelo Senado Federal.

Da bancada de Mato Grosso do Sul, Beto Pereira (PSDB), Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT) votaram contra a medida. Já Bia Cavassa (PSDB), Luiz Ovando (PSL), Tio Trutis (PSL), Rose Modesto (PSDB) e Fabio Trad (PSD) votaram a favor da proposta.

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