Sindicato articula debate sobre reforma na Previdência no Congresso
Todas as coordenadorias estaduais do Sindicato Nacional dos Aposentados estão articulando junto aos representantes de seus estados no Congresso Nacional a possibilidade de haver um debate sobre a reforma previdenciária antes que ela seja posta em prática.
“Toda a proposta para nós é muito preocupante, porque se trata de tentar tampar rombos da previdência. Quem sustenta a previdência no país são os trabalhadores. Esse recurso deveria ser preservado para atender os trabalhadores. Em governos anteriores meteram a mão nesses recursos para ocupar nos gastos e não devolveram, disse ao Campo Grande News o representante em Mato Grosso do Sul, Jânio Batista de Macedo.
Macedo lembra que o texto elaborado pelo Governo Federal deve passar pela Câmara dos Deputados e Senado antes de entrar em vigor, ou seja, ainda há tempo para tentar reverter medidas que, na opinião dele, prejudicam quem contribuiu a vida toda com o INSS.
“A previdência foi sucateada ao longo dos anos por uma serie de programas que esvaziaram os cofres e hoje o governo quer jogar a bola no colo de quem vai se aposentar daqui a alguns anos”, pontua o representante.
O sindicato tem a presidência sediada em São Paulo e enviou três representantes para um grupo composto por lideranças ligadas às centrais de trabalhadores na tentativa de reverter o quadro.
“Tem alguns pontos que nós queremos discutir, mas o governo não aceita. Por exemplo, o aumento do salário dos aposentados que recebem mais de um salário minimo. Há perda ao longo do tempo pela correção inflacionária e hoje não ganha mais a mesma quantidade de salários mínimos de quando parou de trabalhar”, afirma Macedo.
O representante da entidade em Mato Grosso do Sul critica a comparação feita pela Presidência da República entre o Brasil e outros países da Europa com relação à aposentadoria. Essa visão foi um dos argumentos usados para embasar o projeto.
“Na Europa, as pessoas aposentam com mais tempo de idade, mas lá a qualidade de vida é melhor. A situação de moradia é melhor e as garantias sociais são mais evidenciadas. Um trabalhador no país vive de sol a sol. Mais de 70% se aposentam com um salario mínimo e não têm condições de cobrir nem os remédios”, lembra.
O sindicato entende que a reforma na previdência é necessária, porém sob outros aspectos, como por exemplo rever as normas para retirar dinheiro do setor ou rever as condições para alguns benefícios.
“Nós acreditamos que todos esses programas têm que ser revistos e não aceitamos o prato feito pelo governo. Nós queremos discutir, porque o recurso não é do Governo Federal, mas se tira do trabalhador. Tem que administrar isso para garantir a aposentadoria”, diz o representante.