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Economia

Tebet diz que acesso à ponte sobre Rio Paraguai pode ficar para 2027

Obra que já está em andamento vai demorar 2 anos e meio para ser concluída e Rota Bioceânica ser inaugurada

Por Gabriela Couto | 13/09/2024 12:42
Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante explicação das rotas de integração (Foto: Álvaro Herculano, Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS)
Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante explicação das rotas de integração (Foto: Álvaro Herculano, Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, deu uma nova previsão para que a Rota de Capricórnio, ou Rota Bioceânica como é chamada em Mato Grosso do Sul, sair do papel. Apesar da previsão de conclusão da ponte em 2025, a responsável pelo projeto de integração do país com a América do Sul fez um alerta sobre o acesso à conexão entre Brasil e Paraguai.

“São 2 anos e meio para o acesso até a ponte ficar pronto. Precisa correr muito para inaugurar em 2026, se não chover muito. Se tiver atrasos, pode acontecer de inaugurar a alça no início de 2027. De qualquer forma está aí. Não é sonho, o dinheiro já está em caixa e a obra está em andamento”, justificou.

O cenário foi extensamente explicado para uma plateia de professores durante a palestra "Rotas de Integração Sul-Americana e o Brasil que queremos para o futuro", ministrada na manhã desta sexta-feira (13) por Tebet, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Durante a ocasião ela pediu o apoio da instituição para um planejamento estratégico ao entorno do projeto. “A responsabilidade das universidades é muito grande para nos ajudar a entender o que vai acontecer com a economia, o turismo, a rota de celulose, o agronegócio, o comércio, demandas do mercado de trabalho, cursos e funcionários mais procurados para desenvolver”, reforçou.

Palestra foi ministrada nesta sexta-feira (13), para integrantes da academia científica (Foto: Álvaro Herculano, Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS)
Palestra foi ministrada nesta sexta-feira (13), para integrantes da academia científica (Foto: Álvaro Herculano, Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS)

A ministra começou explicando todo o processo de construção do projeto das rotas de integração. “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que esse é o projeto de país que ele sempre sonhou e pediu para que a gente tocasse o projeto. Não é mais um sonho”. Na próxima terça-feira (17), um comitê interministerial, com 14 ministros, será empossado para dar andamento ao projeto.

“É importante dizer que uma rota não briga, não exclui e não entra em rota de colisão com a outra. Mas preciso revelar que a Rota 2 é a primeira que ficará pronta. A rota da sustentabilidade, rota dos rios, que precisava apenas de três obras, dragagem pelo rio, sinalização pelo Rio Solimões e Alfândega nos dois pontos deve ser inaugurada na Cop 30, do ano que vem”, explicou.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) vai acontecer em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Até lá está previsto o investimento da China, em um porto no Peru.

“Em linha reta, serão dez dias a menos de transporte até a china. O porto será inaugurado em novembro deste ano, pelo presidente da China, Xi Jinping. Essa rota pode ser a salvação da floresta amazônica, porque você não garante o projeto com o povo muito pobre. A árvore em pé, tem que valer mais que a deitada. A forma de fazer isso é com sustentabilidade. Você tem condições de fazer com que os produtos típicos da Amazônia, para serem exportados. Essa rota tem condições com muito critério e cuidado de desenvolver a região que tem 28 milhões de brasileiros e lamentavelmente é a cara mais pobre do brasil”, argumentou Tebet.

A Rota Bioceânica é chamada pela ministra de Rota 4. “Eu mesma já fiz esse trecho de carro e sei de todas as precariedades desse trajeto. Foi a partir dessa rota que me fez pensar nas outras rotas e apresentar para o presidente Lula. Mas para isso dar certo, é preciso de um planejamento estratégico e ninguém melhor que a universidade para fazer isso. Vocês já têm o IBGE e o Ipea de base para os estudos. Por isso que estou aqui, vocês vão ajudar a escrever essa história. E descobrir as potencialidades que temos”.

Simone explica interesses do mercado chinês e americano para conclusão de rotas (Foto: Álvaro Herculano, Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS)
Simone explica interesses do mercado chinês e americano para conclusão de rotas (Foto: Álvaro Herculano, Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS)

Sobre hidrovias, a ministra ressaltou que irá fazer todo o levantamento e só fará liberações com as licenças ambientais. Já sobre ferrovias, ela defende uma parceria com a China. “O Brasil é o único país continental que não tem ferrovia e nem investimento privado nacional com capital suficiente. Podemos fazer uma modelagem com objetivo de proteger a indústria nacional. É possível fazer duas ferrovias uma leste-oeste e outra norte-sul. Eu preferia, mas hoje ela não é possível. Só se for pensada para 2030”, justificou.

Para concluir, Simone Tebet afirmou que o projeto é ‘inacabado’ propositalmente. “Não tem data para acabar, só começar. Essas aqui são as espinhas dorsais. Estados e municípios, podem, à medida que vão avançando, integrar a essa espinha dorsal. Aqui está o que eu tenho certeza que posso entregar no final do governo lula”.

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