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Economia

Tomate e legumes fazem inflação subir em março na Capital

Luciana Brazil | 08/04/2014 11:40
Tomate sofre alta e contribui para inflação. (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Tomate sofre alta e contribui para inflação. (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)

O aumento no preço das verduras, frutas e legumes, como tomate e batata, fez a inflação em Campo Grande subir 0,80% no mês de março. A alta do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), neste período, contrariou a média de anos anteriores, quando o indicador geralmente sofre queda, como explicou o coordenador do Nepe (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera Uniderp, Celso Correia de Souza.

Pressionado pelos produtos hortifrutigranjeiros, como o tomate (88,81%), a batata (49,7%) e o milho verde (35,9%), o grupo alimentação apresentou alta de 2,53% em março, sendo responsável pela elevação do IPC. A carne bovina também apresentou alta e a tendência é que os preços continuem subindo.

Segundo Souza, as alterações climáticas são as principais causas para a alta nos preços dos hortifrutis, já que as chuvas fortes, estiagem e calor prejudicaram os municípios produtores no Estado.

“O grupo Alimentação foi o responsável por essa alta da inflação devido a fortes aumentos em produtos hortifrutícolas. Esses produtos têm tido muitos problemas com o clima que vem ocorrendo atualmente nas regiões produtoras. Períodos de grandes estiagens, calor intenso e chuvas muito fortes, tudo o que não pode ocorrer para esses produtos, que são muito sensíveis às variações climáticas”, explica o coordenador do Núcleo.

Conforme pesquisa divulgada hoje (8), os grupos Vestuário e Educação também contribuíram para a subida do IPC com 0,59% e 0,40%, respectivamente.

De acordo com o Nepe, os outros grupos se mantiveram dentro da normalidade e não apresentaram deflação.

Assim, a inflação acumulada nos últimos 12 meses na Capital é de 5,52%, acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Já o valor total de 2014 soma 2,70%, conforme o  Núcleo.

“Se medidas não forem tomadas para coibir esse aumento, a expectativa é que no final do ano ultrapasse a meta do CMN, que é de 4,5% com uma tolerância de 2% para mais ou para menos”, disse Souza.

No grupo Habitação foi registrada pequena inflação de 0,20%. Máquina de lavar roupa, desinfetante e aparelhos de DVD ajudaram a elevar esse índice.

Além dos hortifrutis, os cortes bovinos paleta (12,26%), acém (10,78%), músculo (10,64%), costela (10,61%) e contrafilé 8,03% colaboraram com o registro do grupo Alimentação. O frango resfriado teve aumento de 1,89% e miúdos de frango, aumento de 2,29%. Quanto à carne suína, tiveram aumento de preço a bisteca, com 8,55%, costeleta 1,82% e o pernil 0,36%.

A tendência é que o preço das carnes, de um modo geral, continue subindo, segundo Souza. “Isso diz respeito principalmente à carne bovina, devido à alta demanda por este produto, ao alto volume de exportação e ao clima muito irregular que vem acontecendo neste ano. O aumento das exportações é motivado pelo aumento do valor do dólar. Os aumentos de preços das carnes de aves e suína estão ligados à substituição da carne bovina por esses produtos, e a estabilidade de preços dos insumos para a elaboração de rações”, avalia.

Já o Grupo Educação, apresentou uma moderada inflação, de 0,40%, devido a aumentos de preços de produtos de papelaria de 3,81%.

Mesmo com tendência de alta, o grupo Saúde fechou o mês com baixo índice de 0,04%. O vestuário teve alta de 0,59% em relação ao mês de fevereiro.

Entre os produtos que mais contribuíram para a queda do IPC estão o pescado fresco, queijo muçarela e prato, creme dental, diesel, biscoito, macarrão e sardinha em lata. Já os que ajudaram na elevação estão a batata, tomate, acém, costela, alcatra, contrafilé, etanol, papelaria, paleta e feijão. 

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