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Economia

"Vamos ter 13º salário", dizem motoristas de aplicativo sobre incentivo ao GNV

Para representante da categoria, a isenção de 100% do IPVA possibilita um ganho de renda

Jackeline Oliveira e Mariely Barros | 14/06/2023 16:10
Alfredo Orlando Palhano, representante dos motoristas de aplicativo. (Foto: Marcos Maluf)
Alfredo Orlando Palhano, representante dos motoristas de aplicativo. (Foto: Marcos Maluf)

Alfredo Orlando Palhano, representante dos motoristas de aplicativo, acredita que o programa de incentivo ao uso do GNV (Gás Natural Veicular), anunciado hoje pelo governador Eduardo Riedel, é uma pauta social que vai fazer a diferença na vida dos profissionais que não conseguiram fazer a conversão. A medida também deve impactar na regularização do profissionais.

“Esse programa de incentivo corrige essas dificuldades, a isenção de 100% do IPVA acrescenta um ganho de renda, vamos poder ter a possibilidade de ter 13º salário e nossas tão sonhadas férias, o dinheiro vai ficar no bolso”, disse Alfredo Palhano.

De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, esse é o primeiro passo de um longo trajeto. “Logo, logo, teremos um posto de GNV em Três Lagoas, onde poderemos por em prática o projeto ‘Corredor Azul’, com caminhões movidos a gás que poderão abastecer em Três Lagoas e seguir para São Paulo levando cargas do Estado", disse o secretário.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), é um projeto inovador: “Somos protagonistas nesse assunto, o Eduardo Riedel é um governador moderno e sai na frente com esse incentivo”.

O deputado aproveitou para fazer uma sugestão ao governador. “Vamos fazer um projeto de incentivo para os ônibus da Capital fazerem a conversão ou até mesmo comprar novos ônibus já com gás e também com as empresas que prestam serviço ao governo, para que usem ônibus que utilizem o GNV como combustível, pois o diesel emite 80% mais de carbono que o gás”, explicou Gerson Claro.

Eduardo Riedel respondeu: “Desafio aceito Gerson, é um bom projeto, vamos desenvolver essa discussão, podemos levar também para Dourados e Três Lagoas, ampliando os postos de GNV no Estado".

Governador Eduardo Riedel (PSDB) durante coletiva sobre incentivo ao uso do GNV (Foto: Marcos Maluf)
Governador Eduardo Riedel (PSDB) durante coletiva sobre incentivo ao uso do GNV (Foto: Marcos Maluf)

Para o governador, o incentivo na utilização do GNV é uma questão social também. “Melhoramos a competitividade desses motoristas que têm a profissão como única ou principal fonte de renda. Foram muitas tratativas até chegar ao momento que vivemos hoje, essa ação foi construída com a Sefaz, MS Gás, sindicatos, setores autorizados, Segov, Assembleia Legislativa, Semadesc e muitos outros, agora cabe aos motoristas fazerem a lição de casa convertendo os carros, regularizando e divulgando nos sindicados e também no boca a boca”, explicou.

O gerente de um posto na Rua 14 de Julho, que preferiu não se identificar, afirma que faltava incentivo. Ele conta que as vendas diárias de 2 mil metros cúbicos caíram pela metade. Agora, espera retomar os lucros.

Tânia Santos comprou o primeiro carro em 1997. (Foto: Henrique Kawaminami)
Tânia Santos comprou o primeiro carro em 1997. (Foto: Henrique Kawaminami)

A aposentada Tânia Santos Silva, de 59 anos, veio de São Gonçalo para Campo Grande há 8 meses. Desde que comprou o primeiro carro opta pelo gás natural veicular.

“É super seguro, além de ser mais econômico. Mas aqui em Campo Grande, as coisas são mais caras. Lá, o IPVA (Imposto sobre a propriedade de veículos automotores) tem 70% de desconto e as vistorias são mais baratas. Aqui, meu genro pagou R$ 800 mês passado e lá ia pagar R$ 280 na vistoria”, comparou.

Após o anúncio dos incentivos do Governo do Estado, a condutora avalia a possibilidade de fazer a transferência do documento e pagar o IPVA ao governo de Mato Grosso do Sul.

O técnico de informação Alexandre Leal, de 36 anos, é do município de Jardim e também já pensou em usar gás natural veicular no carro, mas diz que ainda falta assistência técnica no interior do Estado.

“Eu não colocaria pelo preço e rendimento. Não tem mecânico que faz a manutenção e eu teria que vir para Campo Grande. Pensa pagar R$ 1 mil em frete só para trazer para Campo Grande?”, finaliza.

Alexandre Leal fala sobre a falta de assistência para carros com GNV no interior de MS. (Foto: Henrique Kawaminami)
Alexandre Leal fala sobre a falta de assistência para carros com GNV no interior de MS. (Foto: Henrique Kawaminami)


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