Das 6 mil redações com nota mínima, só 142 ganharam recurso
Mais de 6 mil candidatos tiraram nota mínima na redação, mas apenas 1.169 decidiram pedir revisão das notas
Na terça-feira (23), a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) divulgou o resultado final do vestibular 2024 e a análise de 1.169 recursos interpostos por candidatos que contestaram as notas da redação. De acordo com o edital divulgado pela instituição, apenas 142 desses recursos foram deferidos e tiveram um aumento nas respectivas notas.
Entre os 401 candidatos que zeraram a redação, somente três obtiveram sucesso na revisão. Outros 6.203 candidatos tiraram 100, a nota mínima da redação.
Após a revisão em um dos casos, a nota subiu de zero para 600. A pontuação mais alta entre os recursos aceitos foi de um candidato que passou de 850 para 900. Entretanto, não foram registradas notas máximas de 1.000 no vestibular.
Na modalidade Passe, que engloba os estudantes que concorrem por meio do aproveitamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), dos 186 pedidos de revisão, apenas 23 tiveram suas notas alteradas, enquanto 163 foram indeferidos. Quanto ao vestibular digital, nenhum candidato teve seus recursos deferidos. Dos quatro pedidos realizados, todos foram indeferidos.
Conforme noticiado anteriormente, 42% dos participantes do vestibular da UFMS tiveram suas redações zeradas, o que abrange 6.203 candidatos em um universo de 14.701 concorrentes.
Dentre esses mais de 6 mil, 1.169 decidiram interpor recurso buscando a revisão das notas. O resultado dessas reavaliações estava programado para ser divulgado nesta sexta-feira (26), mas foi antecipado para ontem (23).
Indignação - Uma das estudantes que teve a nota zerada é Pollyana Garcia, de 20 anos, com o sonho de ser médica. No entanto, ela obteve nota mínima, equivalente a zero, pelo fato de seu texto não ter correspondido ao tema proposto: "O direito às artes como direito à condição humana". A redação possui peso significativo no resultado final de cada candidato, especialmente para aqueles que buscam cursos muito concorridos.
"Não apenas eu, mas muitos colegas meus chegam tensos no dia da prova, todos os anos, principalmente por causa da redação. Parece que querem que a gente adivinhe o que precisa escrever", lamenta Pollyana.
Em dezembro do ano passado, cerca de 200 pessoas, entre alunos pré-vestibulandos, professores e diretores de cursinhos, realizaram um protesto na Câmara Municipal de Vereadores, pedindo apoio dos parlamentares contra as provas realizadas pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura).
No plenário lotado, vestidos de preto, participaram alunos e profissionais de vários cursinhos de Campo Grande, concorrentes no mercado, mas que se uniram na reivindicação: Singular Cursos, Escola Poli, Nota 10, Bioexatas, Refferencial Cursos, Bionatus, Montessori, Évora e Ensina Mais.
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