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Educação e Tecnologia

Em protesto contra Fapec, estudantes e professores lotam Câmara Municipal

Questões mal elaboradas e erros de digitação provocaram manifestaçao que uniu cursinhos da Capital

Por Silvia Frias e Gabriela Couto | 07/12/2023 11:23
Manifestantes lotaram Câmara Municipal de Vereadores, esta manhã (Foto: Izaías Medeiros)
Manifestantes lotaram Câmara Municipal de Vereadores, esta manhã (Foto: Izaías Medeiros)

Cerca de 200 pessoas, entre alunos pré-vestibulandos, professores e diretores de cursinhos, fizeram protesto hoje na Câmara Municipal de Vereadores, pedindo apoio dos parlamentares contra as provas realizadas pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura).

No plenário lotado, vestidos de preto, participaram alunos e profissionais de vários cursinhos de Campo Grande, concorrentes no mercado, mas que se uniram na reivindicação: Singular Cursos, Escola Poli, Nota 10, Bioexatas, Refferencial Cursos, Bionatus, Montessori, Évora e Ensina Mais.

Os erros na prova da Uems (Unidade Estadual de Mato Grosso do Sul), elaborada pela Fapec, foram denunciados ao Campo Grande News em novembro, em que a mãe de estudante questionou a credibilidade do material. A fundação também é responsável pelas provas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Manifestantes criticam provas elaboradas pela Fapec (Foto: Gabriela Couto)
Manifestantes criticam provas elaboradas pela Fapec (Foto: Gabriela Couto)

O grupo chegou à Câmara e lotou o plenário, em manifestação pacífica. Os organizadores pediram para ocupar a tribuna. Um deles, o professor de Biologia, Edilson Soares, falou sobre levantamento feito das provas da Fapec, de 2018 a 2023, em que 22 questões foram anuladas por erro. “Os erros são inconcebíveis, é uma injustiça que todos os anos que as provas elaboradas pela Fapec não tenham credibilidade”.

Soares se dirigiu aos vereadores e pediu apoio, para que escutem as reivindicações do grupo, para que ocorra melhoria no material elaborado.

A professora de Biologia, Milena Basso disse que a manifestação é importante, já que os alunos pré-vestibulandos acabam ficando à margem da categoria, sendo minoria que não costuma ser ouvida.

No plenário, a fala recebeu apoio dos pré-vestibulandos. Rodrigo Carvalho Silveira, 18 anos, diz que há 3 anos costuma fazer provas para o curso de Medicina. “Todas tiveram algum erro”, lembrou. Diz que isso desestabiliza o estudante que, apesar de bem preparado, acaba se deparando com “erros grotescos”. Fora isso, também diz que algumas perguntas não estavam previstas no edital.

Luma  Romeiro Taveira, 18 anos, também tenta ingressar na faculdade de Medicina. “A Fapec não cumpre sua obrigação”, disse. A jovem destacou a união dos cursos para tentar chegar a solução.

Os vereadores se manifestaram, dando apoio e mostrando preocupação com o tema. O professor e vereador Juari Lopes Pinto (PSDB) disse que, antes da sessão, foi realizada reunião da comissão dos professores com o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o "Carlão" (PSB), e o secretário Estadual de Educação, Hélio Daher, em que o assunto foi tratado. A reivindicação é que "as questões sejam lógicas e objetivas". O vereador Ayrton Araújo (PT) falou que é preciso defender os direitos dos jovens para estudo digno. "A Fapec vai ter que se explicar".

Desleixo – No vestibular da Uems do dia 26 de novembro, ainda nas instruções da prova, o item 3 pede que o aluno verifique se no caderno há 60 questões, mas ao mesmo tempo, entre parênteses e por extenso, destaca 40.

Na sequência, é possível identificar a última alternativa de uma questão no enunciado da pergunta seguinte.

Retorno - Em nota, a Fapec respondeu que as questões “são elaboradas por banca especializada, após montagem e editoração da prova, são feitas as revisões de língua portuguesa e de conteúdo. Há um formato padrão de capa de prova e formatação de questões a ser seguido, eventualmente, mesmo após minuciosa revisão, equívocos podem acontecer”.

Sobre os erros apontados pela reportagem, a fundação diz que a banca revisora analisou o caso, mas que “as falhas em questão não comprometem a análise e resolução da prova, não interferindo no desempenho dos candidatos, nem mesmo nos conteúdos programáticos da prova objetiva e redação”.

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