Professores convocam pais e alunos para protesto após erros em vestibulares
Caso veio à tona após reportagem mostrar diversas falhas em prova da Uems, elaborada pela Fapec
Professores de Campo Grande irão se reunir, nesta quarta (6) e quinta-feira (7), para expor a indignação contra erros encontrados nas provas de vestibulares da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), elaboradas pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura).
Hoje, o encontro está marcado para acontecer na sede do curso Refferencial, localizada na Rua da Imprensa, 205, Bairro São Francisco. Serão apenas professores, que irão se reunir para explicar a situação.
Já na quinta-feira (7), durante audiência na Câmara Municipal de Campo Grande, a tribuna será usada para protestar e pressionar mudanças na elaboração. Além de professores, pais e alunos estão convocados. Todos deverão comparecer com camiseta preta.
O Campo Grande News foi o primeiro a denunciar a situação, no dia 27 de novembro. Uma mãe, que preferiu não se identificar, procurou a reportagem para relatar o erro encontrado na prova da filha. Em seguida da matéria publicada, candidatos também se atentaram à situação e entraram em contato.
O coordenador do cursinho Refferencial, Edilson Soares da Silveira, explica que cerca de 20 professores de várias instituições vão participar da reunião. Além disso, também irão abordar as preocupações relacionadas à elaboração das provas, discutir possíveis soluções e buscar apoio na conscientização da comunidade acadêmica.
“Vamos expor o que está acontecendo nos vestibulares. O que queremos primeiro é uma reunião com a reitoria da Uems, UFMS e Fapec para apresentarmos reivindicações e sugestões de mudanças. Fizemos uma campanha com vários professores, de várias instituições, temos mais de dez representadas, para tentar uma reivindicação junto a UFMS e a Uems”, ressaltou.
Ainda de acordo com o professor, os erros ocorrem desde 2018, anulando 22 questões até o momento. “Todo ano tem questão anulada e este ano não foi diferente. São erros de português, erros de digitação, erros de questões que não chegam a resposta. Isso não é algo de agora, é algo que muito tempo vem acontecendo”, lamentou.
Erros – Logo nas instruções da prova já é possível notar o erro. O item 3 pede que o aluno verifique se no caderno há 60 questões, mas ao mesmo tempo, entre parênteses e por extenso, destaca 40.
A questão 39, por exemplo, tem só quatro alternativas porque a quinta foi colocada como se fosse a questão 40.
Alunos também constataram outras falhas, que incluem desde questões sem resposta até disparidades significativas nas correções das redações.
No dia 4 de novembro, os professores denunciaram nas redes sociais os erros sequenciais cometidos pela Fapec. Eles subiram a hashtag #MudaFAPEC para pressionar a instituição a emitir uma nota de mudança e aprimorar a qualidade do processo seletivo.
Em nota, a Fapec respondeu que as questões “são elaboradas por banca especializada, após montagem e editoração da prova, são feitas as revisões de língua portuguesa e de conteúdo. Há um formato padrão de capa de prova e formatação de questões a ser seguido, eventualmente, mesmo após minuciosa revisão, equívocos podem acontecer”.
Sobre os erros específicos apontados pela reportagem, a fundação diz que a banca revisora analisou o caso, mas que “as falhas em questão não comprometem a análise e resolução da prova, não interferindo no desempenho dos candidatos, nem mesmo nos conteúdos programáticos da prova objetiva e redação”.
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