De olho em "bom ensino médio", adolescentes fazem prova mais concorrida do IFMS

Candidatos a ingressar no IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) movimentaram A Cidade Universitária da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) na manhã deste domingo (20), durante a aplicação do exame de seleção de novos alunos para o ensino médio profissionalizante. Ela ocorreu em outros nove municípios do Estado e foi a mais concorrida entre todas as já realizadas.

A estudante da Escola Municipal Santos Dumont, do Bairro Santo Amaro, Joana Mariah Gomes, 15, fez a prova de olho num "bom ensino médio", que a ajude a ficar bem preparada para fazer vestibular e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), quando for a hora.

A adolescente sonha em ser médica anestesiologista. A mãe pedagoga e o pai caminhoneiro foram seus incentivadores para tentar uma vaga no Instituto Federal. "Não temos condições de pagar uma escola particular ou o curso de Medicina, então, essa é uma boa oportunidade", falou.

Com relação à prova, ela achou "complicada" e viu questões que "se não reparar bem, a pessoa acaba errando". Joana tem boas notas na escola onde estuda, se esforçou por um bom resultado e espera se dar bem.

Trio - Os irmãos Gabriel e Rafael Gomes e o amigo Luan Barbosa combinaram de fazer a prova juntos. Eles têm 15 anos.

Os três já estudaram na mesma escola e mantiveram a amizade apesar de hoje estarem matriculados em instituições diferentes. Os irmãos fazem o 9º ano na Escola Municipal Nagib Raslan, enquanto Luan é aluno da Escola Estadual Clarinda Mendes de Aquino.

Gabriel e Rafael querem entrar no IFMS para fazer o ensino médio voltado ao ensino de tecnologia e exatas. O primeiro pretende ser desenvolvedor de sistemas e o segundo pensa em ser engenheiro mecânico ou engenheiro civil, futuramente.

Já Luan escolheu ir para o mundo das artes. "Eu sou uma pessoa que gosta muito de desenhar. Quero fazer curso de Artes", diz.

Falando da prova, o trio está confiante e classificou como "média" a dificuldade das questões.

Mãe motivou - Riquelmy Araújo, 15, é filho de uma enfermeira e mora no Bairro Jardim Lageado. Se preparou durante um mês para fazer a prova deste domingo.

"Minha mãe me motivou a fazer. Ela falou assim para mim: só os melhores entram. Daí eu pensei: também quero entrar", contou o filho.

Ele acredita que estudar no IFMS o deixará mais próximo dos sonhos de ser policial federal e se graduar em administração.

Destacou ainda que os professores da Escola Municipal Tomaz Ghirardelli, onde estuda atualmente, ajudaram bastante tirando dúvidas. "Minha estratégia foi pegar a prova do ano passado e ir estudando em cima dela", disse.

Professora e mãe, Elaine Carvalho, 48, acordou às 5h para acompanhar o filho Gustavo, 14, no mesmo desafio. "Levantei cedinho para dar um bom café da manhã para ele e trazer até aqui. Fiquei esperando durante toda a prova", relata.

Gustavo estuda atualmente na Nazaré, uma escola particular da Capital. A mãe espera que o filho seja aprovado, para que "possa contar com um ensino médio melhor" do que a média das escolas públicas e para a mensalidade do ensino privado não pesar mais no orçamento da família. Ele gosta da área de exatas e foi bem preparado. Achou que o grau de dificuldade do exame foi médio e contou ter sentido falta de alguns conteúdos previstos no edital.

Mais concorrido - Segundo informou o IFMS, o exame de seleção é o mais concorrido da história do instituto, com 4,7 mil inscrições aceitas.

Além de Campo Grande, a prova foi aplicada em Aquidauana, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas. O IFMS possui câmpus em todas essas cidades.

O resultado final, com o nome e nota dos classificados, será publicado em 17 de dezembro. Os aprovados começarão a estudar no ano que vem.

Confusão - Pela manhã, a reportagem se deparou com três estudantes que confundiram o local de prova. Eles foram até a sede do próprio IFMS, em Campo Grande, pensando que seria lá a aplicação.

Um deles foi Gustavo Gonçalves, 13 anos, que iria fazer a prova como treineiro.

"Cheguei 15 minutos antes do portão fechar. Achei estranho não ter ninguém e liguei para a minha mãe, foi quando ela viu que eu estava no lugar errado. Achei que seria aqui porque a prova sempre é onde você vai estudar. Por sorte, eu ia fazer como teste, porque ainda estou no 8° ano, então ano que vem eu tento de novo", disse.

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