Editais de iniciação científica e empreendedorismo são lançados
O Governo investirá um total de 10 milhões de reais em bolsas do Pictec e Centelha
“Aqui nascem estudantes recebendo bolsas e profissionais recebendo incentivo”, afirma o diretor-presidente da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), Márcio de Araújo Pereira, em lançamento de editais voltados à iniciação científica e ao empreendedorismo, na manhã desta sexta-feira (2), no auditório da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).
Os editais, que somam um investimento total de 10 milhões de reais, proporcionarão oportunidades tanto para estudantes do ensino médio quanto para profissionais empreendedores.
O programa Pictec (Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do Estado de Mato Grosso do Sul) contemplará 1000 bolsas em edital, que serão distribuídas entre as 200 pesquisas de escolas públicas contempladas com bolsas de iniciação científica. O valor total do investimento será de 5,7 milhões de reais. As bolsas de 400 reais serão pagas a estudantes do ensino médio. Já os professores-orientadores vão receber 800 reais.
Além disso, o Programa Centelha 2 destinará 4,3 milhões de reais a projetos empreendedores. Os projetos aprovados poderão receber um recurso de 60 mil reais, com a possibilidade de também receber a bolsa CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) de 26 mil reais.
Durante o evento, Márcio destacou a relevância dessas iniciativas. O diretor-presidente da Fundect afirmou que por meio do Pictec, será possível qualificar estudantes e professores, preparando uma nova geração consciente da importância da ciência, tecnologia e inovação.
"Estamos preparando uma nova geração que compreenderá a importância da cidadania científica e tecnológica, estabelecendo conexões com a inovação. A inovação não pode ocorrer sem uma base sólida de educação", explica Márcio.
Já o Programa Centelha, segundo Márcio, irá impulsionar o surgimento de 50 novas empresas inovadoras, gerando empregos e oportunidades de negócio para a comunidade. "Elas ajudarão a comunidade e contribuirão para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. É um conjunto de ações conectadas'.
O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, também compareceu ao evento de lançamento e destacou que o Governo tem o objetivo de investir em inovação.
"Quando a gente fala muitas vezes inovação a gente fica restrito a discussão de criação de startups, mas nós queremos pensar em um sentido mais amplo também. Também temos interesse em uma série de projetos que tratam de bioeconomia, produtos do Pantanal e como desenvolver produtos típicos do Pantanal para que eles consigam chegar ao mercado", explica Jaime.
Projetos - Durante o evento de lançamento, empreendedores que foram beneficiados pelos programas relataram suas experiências. Ivani Grance, fundadora da República das Arteiras, foi uma das pessoas que compartilhou sua experiência e destacou a importância do Programa Centelha 1. Sua startup, que teve início em 2018 com o objetivo de fornecer um espaço de trabalho para costureiras da comunidade, teve que se reinventar durante a pandemia.
"Quando a pandemia chegou, passamos por uma fase de desconstrução do nosso modelo e, nesse meio tempo, já tínhamos desenvolvido um projeto para transformar nossa ideia em um modelo digital. Foi nesse momento que o programa Centelha surgiu durante a pandemia, dando-nos a oportunidade de tirar nossa ideia do papel e criar a plataforma".
Hoje, o projeto conta com 60 costureiras que realizam atendimento por meio da República das Arteiras. "Basta entrar no site, fazer login e escolher a modalidade de serviço desejada. Há uma lista de costureiras em todas as regiões da cidade", explica.
Outro relato veio de Denise Silva, fundadora do projeto Bruaca, que busca preservar a cultura das comunidades tradicionais do Pantanal. Através da tecnologia social, o empreendimento documenta e descreve a cultura imaterial dessas comunidades, oferecendo-a como um produto para o mercado turístico.
"Atualmente, encontrar produtos genuinamente pantaneiros é um desafio, tanto para os consumidores quanto para os produtores que estão distantes dos grandes centros urbanos e com pouco acesso à tecnologia, como as comunidades indígenas, ribeirinhas e assentadas. Nosso empreendimento reúne esse patrimônio cultural material e imaterial e o leva às pessoas por meio de experiências e serviços, atendendo a públicos diversos, como eventos e turistas", explica Denise.
Por meio do edital Centelha 2, o projeto recebeu investimento e bolsas para pesquisa de mercado, estruturação do negócio e pagamento de bolsistas, fortalecendo a cultura ancestral e gerando renda para os artesãos envolvidos. "Quanto à estrutura do negócio, estamos discutindo a possibilidade de um modelo de negócio baseado em e-commerce, permitindo que cada artesão tenha seu próprio empreendimento", prevê a fundadora do Bruaca.