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Educação e Tecnologia

Tecnologia e inteligência aumentam segurança nas escolas estaduais

MS é exemplo para o país em resultado após a integração de atores responsáveis na prevenção de ataques

Gabriela Couto | 28/07/2023 16:45
Secretário estadual de Educação, Hélio Daher, mostra sistema de monitoramento das escolas do Estado na Capital. (Foto: Juliano Almeida)
Secretário estadual de Educação, Hélio Daher, mostra sistema de monitoramento das escolas do Estado na Capital. (Foto: Juliano Almeida)

A violência nas escolas ganhou noticiário nacional após episódios de ataques registrados no início do ano no Brasil. Para prevenir casos em Mato Grosso do Sul, a SED (Secretaria de Estado de Educação) criou o Nise (Núcleo de Inteligência de Segurança nas Escolas).

Desde então, a equipe multidisciplinar liderada pelo coronel Carlos Hudmax Evangelista Ortiz tem trabalhado para garantir a segurança dos alunos da REE (Rede Estadual de Ensino).

O grupo composto por psicólogos e assistente social auxilia no atendimento de alunos que entram no ‘radar’ dos diversos agentes que atuam contra os atos infracionais e bullying nas escolas.

“A gente atua muito forte na produção de informação e nos preocupamos em dar celeridade nas ações justamente para combater o tráfico de drogas e a violência. Casos de denúncia nas redes sociais também são monitorados, porque de mil fakes, se um for verdadeiro, nós perdemos o jogo”, explicou o coronel.

Tudo é feito de maneira muito sigilosa, dentro da sala do Cosi (Centro de Operações de Segurança Integrada). O local, inaugurado para garantir a segurança do patrimônio das escolas, agora também realiza a proteção dos estudantes e auxilia com as ferramentas tecnológicas.

Além do monitoramento com câmera em tempo real de 298 escolas estaduais, os diretores fazem solicitações diretamente no aplicativo para denunciar casos de ameaças, drogas, galera, vandalismo e bullying. O recurso disponibiliza ainda o ‘botão de pânico’ para situações que fugiram do controle da administração.

Aplicativo disponível para gestores das escolas foi adaptado com serviços de combate à violência. (Foto: Juliano Almeida)
Aplicativo disponível para gestores das escolas foi adaptado com serviços de combate à violência. (Foto: Juliano Almeida)

Ao ser acionado, equipes de segurança pública e do Cosi são encaminhadas imediatamente para o local da ocorrência. Esse nível de integração é visto como modelo para outros estados. Apenas Mato Grosso do Sul e a cidade de Manaus (AM) possuem esse tipo de serviço no país.

Para o secretário estadual de Educação, Hélio Daher, a agilidade da informação foi crucial para uma redução considerável de casos de violência na escola. “É impressionante a rapidez que a gente consegue hoje dar o encaminhamento. E por isso o resultado mais efetivo. O fluxo de trabalho facilitou inclusive acesso de informação em casos de investigação policial para crimes com crianças”, destaca.

A definição dos processos que cada agente deve tomar em caso de anomalias de comportamento tem feito com que a prevenção de ataques seja um sucesso. Não existe um estereótipo definido. Ao menor sinal de um aluno com conflitos, depressão, crise de ansiedade, todo um protocolo de ações é realizado.

“Nós encaminhamos as faltas semanais para os pais dos alunos. Em caso de excesso de faltas, sinais e comportamentos que chamam a atenção, como agressividade, desenhos violentos, a equipe visita a escola, a família e em último caso acionamos o conselho tutelar e o Ministério Público para dar os encaminhamentos”, explica Daher.

Coronel Carlos Hudmax Evangelista Ortiz ao lado do secretário estadual de Educação, Hélio Daher. (Foto: Juliano Almeida)
Coronel Carlos Hudmax Evangelista Ortiz ao lado do secretário estadual de Educação, Hélio Daher. (Foto: Juliano Almeida)

Estudantes que recebem a orientação para atendimento especializado continuam sendo monitorados pela secretaria. Os psicólogos do Estado já realizaram 1.515 chamados para este serviço e seguem acompanhando caso a caso para garantir o desenvolvimento desse aluno e se a família tem cumprido com suas responsabilidades. “A gente tem que ficar no pé mesmo. Porque senão perde o sentido”, acrescenta o secretário.

O principal objetivo é garantir a sensação de segurança nas escolas. “Tem muita criança que só tem escola para se alimentar bem, para ser colheita e só vê na escola o ambiente mais seguro da vida dela. Se eu não garantir que essas crianças se sintam pelo menos seguras na escola, eu estarei errando em alguma coisa”, destacou.

Para ampliar essa sensação de segurança, Hélio Daher irá pedir a ampliação da ronda escolar. O Governo Federal destinou R$ 5,8 milhões somados ao repasse de mais de R$ 40 milhões que virão do pagamento às propostas habilitadas no edital Escola Segura. O programa foi lançado pelo Ministério da Justiça em abril, quando escolas brasileiras foram atingidas por massacres.

O Governo do Estado vai receber R$ 2,98 milhões do recurso de R$ 5,8 milhões. Três municípios de Mato Grosso do Sul vão dividir o restante: Campo Grande (R$ 840 mil), Dourados (R$ 1 milhão); e Corumbá (R$ 975 mil).

“Ainda vou me reunir com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, para definir como será utilizado esse recurso. Eu vou sugerir que tenhamos mais equipes de ronda para garantir essa sensação de segurança aos estudantes”.

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