Três a cada cinco fazem "bico" para conseguir pagar as contas do mês
Segundo enquete do Campo Grande News, 60% das respostas são daqueles que relatam precisar de atividades extras
Nas atuais circunstâncias da economia brasileira, três a cada cinco leitores do Campo Grande News que responderam enquete, têm feito "bicos" para complementar a renda mensal e poder pagar as contas.
O resultado foi que 60% das pessoas dizem precisar fazer uma atividade de trabalho extra, para juntar um dinheiro a mais ou para completar o planejamento financeiro do mês. Os demais 40% não relataram essa necessidade.
Economia - A inflação no Brasil continua com o maior crescimento, de um mês para o outro, desde 2000. Em agosto deste ano, a variação foi de 0,87%, na comparação com julho. Já a relação entre julho e junho de 2021 foi de 0,96%. Ou seja, por dois meses consecutivos, esse índice tem sido os maiores neste século.
A inflação é o índice que mede o aumento dos preços de produtos e serviços, e influencia no poder de compra da moeda, ou seja, no quando ela vale em um determinado local.
Em especial, itens como os combustíveis e diversos alimentos têm sido os principais vilões desse aumento, nos dias de hoje. Ou seja, mercadorias de consumo básico, que ditam o que a população vai colocar às mesas, por exemplo, têm estado no topo da lista de aumento.
No caso de vários alimentos, a seca enfrentada pelo País é o principal motivo desse aumento. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) informou que o País vive o pior cenário de escassez hídrica há 91 anos. Isto é, os rios estão em níveis mais baixos por falta de chuvas e excesso de temperatura nos lugares.
Nesse sentido, as plantações e o pasto utilizado para animais têm apresentado mais problemas, que geram dificuldade para os produtores e perda de lucro. Para compensar isso, o preço sobe e o consumidor sente no bolso.
Além disso, a moeda brasileira, o real, tem estado mais desvalorizada, em relação as de outros países, como o dólar. Por isso, quem produz prioriza exportar mercadorias para o exterior do que vender para o mercado interno. Logo, com menos oferta, os produtos também tendem a crescer.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), campo-grandenses têm de desembolsar, em média, R$ 609,33 para adquirir a cesta básica de produtos e alimentos. O custo seria de aproximadamente R$ 1,8 mil, para uma família com quatro pessoas, R$ 700 a mais que o salário mínimo vigente.