Paradesporto de Mato Grosso do Sul dá um salto para a história
Representantes do Estado brilharam nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2021
Dois mil e vinte e um foi dourado na história do paradesporto de Mato Grosso do Sul. Foram quatro medalhas de ouro conquistadas por três atletas do Estado nos Jogos Paralímpicos, coroando uma geração vencedora.
A três-lagoense Silvânia Costa de Oliveira confirmou o seu favoritismo e se tornou bicampeã paralímpica no salto em distância, na classe T11, para pessoas com deficiência visual. Campeã no Rio de Janeiro em 2016, repetiu o primeiro lugar em Tóquio ao saltar cinco metros cravados.
“Tive muita garra, muita determinação. Antes mesmo de finalizar a prova, já estava comemorando. Sabia o tanto que tinha batalhado e lutado”, comemorou a saltadora à época.
A celebração sul-mato-grossense do outro lado do planeta não parou aí. Fernando Rufino, o “Cowboy de Aço”, natural de Eldorado, atingiu em 2021, o maior feito da história da paracanoagem brasileira: medalha de ouro nos 200 metros da classe VL2, canoa havaiana para atletas com deficiência física.
O paratleta do Estado dominou a final e terminou a prova com o tempo de 53s077, mais de dois segundos à frente do segundo colocado, o norte-americano Steven Haxton (55s093). “Essa medalha é nossa. É minha, de todo o povo brasileiro”, celebrou o Cowboy de Aço logo em sua primeira participação na competição.
Não bastasse a medalha olímpica, Rufino saiu do Japão rumo à Dinamarca, onde foi campeão mundial na mesma classe duas semanas depois. Na final, o sul-mato-grossense foi medalha de ouro com o tempo de 53s93, praticamente o mesmo tempo obtido em Tóquio. “Um presente para a minha carreira”, afirmou.
O feito do paradesporto de Mato Grosso do Sul em Tóquio foi completado com a 100ª medalha dourada brasileira na história dos jogos. Yeltsin Jacques conseguiu o feito na prova de 1.500 metros rasos da classe T11, deficiência visual, e de quebra, atingindo o recorde mundial da prova, que não era quebrado desde 2012, em Londres.
O campo-grandense terminou a prova com o tempo de 3m57s60 com a ajuda do guia Antônio Carlos dos Santos, o Bira.
Esta já era a segunda medalha de Yeltsin no Japão. A primeira foi na prova de 5 mil metros na classe T11. O primeiro lugar no pódio foi obtido com o tempo de 15m13s12, o que lhe rendeu o recorde americano da prova.
Por outro lado – Enquanto o paradesporto sul-mato-grossense brilhou nas pistas, água e caixa de areia do Japão, o sonho do Estado em ver a primeira medalha de ouro conquistada em Jogos Olímpicos foi por água abaixo.
Três atletas que competiam tinham alguma ligação com o Estado. Leonardo de Deus e Rafael Silva, o “Baby”, nasceram em Campo Grande. Bruna Benites é natural de Cuiabá, porém morou na capital sul-mato-grossense, onde sua família reside até hoje, e foi revelada no futebol daqui.
O nadador Leonardo de Deus chegou às finais da prova de 200 metros no estilo borboleta com o segundo melhor tempo. Mas terminou a final em sexto lugar, com o tempo de 1m55s19.
O judoca Rafael Silva não conseguiu confirmar o seu favoritismo e caiu na segunda luta para o georgiano Guram Tushishvili. Baby perdeu por ter recebido três punições por falta de combatividade. Na repescagem para tentar a medalha de bronze, Rafael encontrou o francês Teddy Riner, bicampeão olímpico e um dos maiores nomes na categoria acima dos 100 kg, porém o brasileiro acabou eliminado em pouco mais de um minuto de luta com um ippon.
Baby ainda teve uma nova chance de medalha na disputa por equipes, mas também fracassou. No duelo entre Brasil x Holanda, Rafael perdeu para Henk Grool, também com três punições por falta de combatividade, e o resultado agregado terminou em 4 a 2 para os europeus.
No futebol feminino, Bruna Benites foi titular nos quatro jogos do Brasil na competição e acabou eliminada junto com a seleção nas cobranças de pênaltis para o Canadá nas quartas de final, após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.