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Esportes

"Vamos lembrar dele com alegria", afirma presidente de clube onde Hugo começou

Hugo Vinicius Skulny Pedrosa jogou em 2021 no time sub-17 do clube de base em Anastácio

Gabriel de Matos | 05/07/2023 14:54
Hugo com a camisa do Seduc Anastácio após conquistar título (Foto: Divulgação/Seduc)
Hugo com a camisa do Seduc Anastácio após conquistar título (Foto: Divulgação/Seduc)

"Para nós, caiu como uma bomba, uma coisa que a gente não esperava", foi assim que relatou o presidente do Seduc, de Anastácio, Wilson de Araújo Santana, de 60 anos, ao receber a notícia da morte do jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa. O menino de 19 anos foi morto e a principal suspeita pelo crime é a ex-namorada. Ele era natural de Sete Quedas.

O time do Seduc fez parte da formação do jogador no ano de 2021 entre os meses de fevereiro e novembro. A equipe é uma das referências no futebol de base de Mato Grosso do Sul. Atacante, Hugo Vinícius atuou em três competições com o plantel e esteve alojado em Anastácio no período.

Wilson afirmou que era a pessoa mais próxima do atleta que na época tinha 17 anos. Ele definiu o menino como uma pessoa alegre e afirmou que ele será lembrado com alegria. "Ele tinha uma boa convivência com todo mundo, nunca tivemos problema com ele fora de campo. É uma tristeza muito grande".

Ele era muito alegre, um menino sonhador, queria ser realmente um jogador de futebol", disse Wilson, presidente do Seduc.

Dentro de campo, Hugo era um atacante que também jogava de meio-campo. O presidente relatou que o menino passou pela avaliação e chegou a disputar três competições com o Seduc. Foi uma Copa em Campo Grande, um Campeonato Sul-Mato-Grossense Sub-17 e uma competição em Itu (SP). "Fomos campeões sub-17 em Itu e ele foi muito bem. Jogamos o Estadual e fomos o 3º lugar".

Última conversa - As últimas mensagens trocadas entre Wilson e Hugo foram há cerca de 30 dias. O menino de 19 anos contou ao presidente que estava com uma proposta no futebol. "Presida, 'tá' dando certo um negócio para mim. Na hora certa, eu vou te falar, essa hora não chegou", disse Hugo.

Ele tinha amor pela família, especialmente pela avó, relatou o presidente. "Todo dia fazia uma palhaçada. A gente vai lembrar dele com alegria", afirmou Wilson.

Homenagem feita pelo Seduc Anastácio a Hugo Vinicius Skulny Pedrosa (Foto: Divulgação/Seduc)
Homenagem feita pelo Seduc Anastácio a Hugo Vinicius Skulny Pedrosa (Foto: Divulgação/Seduc)

Rei da base - O Seduc é uma sigla que significa Sociedade de Ensino, Desportivo, Unificado e Cultural de Anastácio. A associação existe desde o dia 23 de março de 1987 e Wilson esteve presente na fundação. Como ele mesmo definiu, é um 'faz-tudo'. O professor aposentado de Educação Física também já foi secretário e vice-presidente.

O time foi pentacampeão sul-mato-grossense sub-17 entre os anos de 2014 e 2018 e teve apenas uma derrota no período. Até hoje, o único na categoria a conseguir isso", conta Wilson.

O projeto cresceu ao longo dos anos. Atualmente, a associação tem apoio da Prefeitura de Anastácio e de algumas empresas parceiras. Os meninos têm duas opções de entrada nos times de base que vão desde o sub-5 até o sub-17.

Para quem é de Anastácio e Aquidauana, as vagas são ilimitadas e o custo é gratuito. Os futuros jogadores que são de fora desses municípios a partir de 14 anos têm de participar de avaliação agendada com a comissão técnica.

Hugo e companheiros de time após conquista de títilo sub-17 (Foto: Divulgação/Seduc)
Hugo e companheiros de time após conquista de títilo sub-17 (Foto: Divulgação/Seduc)

Esses jogadores vão para alojamento, onde podem ficar até completar a idade máxima para o time sub-17. Os meninos ficam em uma residência com 20 pessoas e os responsáveis têm o custo mensal de R$ 200 para mantê-los.

Ao todo, a associação tem 20 meninos alojados e 170 das duas cidades entre 5 e 17 anos. Além do alojamento, cedido pela Prefeitura de Anastácio, o time conta com Centro de Treinamento com área de uma fundação e do poder público. Anualmente, o Seduc conta com repasses municipais.

"Eles estudam no período da manhã e treinam de tarde. Os pais ajudam e dão ajuda de custo de R$ 200 por mês. Já para o garoto da cidade é gratuito", explicou o presidente.

A história começou com uma seleção de estudantes em que Wilson era o responsável na época de professor. Natural de Santo André (SP), ele está na região pantaneira há 53 anos. Hoje, são 12 pessoas na diretoria da associação e quatro na comissão técnica.

Em relação às votações, toda pessoa com filho matriculado pode se candidatar para algum cargo e tem direito a voto, segundo o estatuto.

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