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Jogo Aberto

A estratégia de Marquinhos para "acertar cada vez mais"

Waldemar Gonçalves | 31/03/2017 06:00

Acabou, mas tem – Após ter declarado que não poderia abrir mão dos R$ 10 milhões que deixaria de recolher com a isenção de ISS (Imposto Sobre Serviços) às empresas do Consórcio Guaicurus, a Prefeitura de Campo Grande decidiu enviar à Câmara Municipal, ontem, projeto de lei que prorroga a renúncia de receita até outubro deste ano.

Sem almoço grátis – Mas, como diz uma máxima bastante utilizada atualmente, “não existe almoço grátis”. Os gestores do transporte público da Capital terão de cumprir uma série de contrapartidas para continuar com o benefício, como reformar os terminais de ônibus e instalar 100 pontos de parada com cobertura.

Segunda vez – É a segunda vez que o Executivo adota estratégia semelhante: levanta determinada questão para fomentar discussão sobre o assunto e, depois, encaminhar solução definitiva. A primeira ocorreu quando o prefeito, Marquinhos Trad (PSD), assinou decreto com regras a serem seguidas pelas companhias de aplicativos que oferecem ‘caronas pagas’, como a Uber.

Faz parte do meu show – Na ocasião, inicialmente houve repercussão negativa. Dias depois, Marquinhos suspendeu a regulamentação temporariamente e repassando a missão à Câmara Municipal. Disse, na sequência, ser parte de estratégia que deu o efeito esperado: o assunto enfim foi colocado em pauta graças ao fato de o Executivo ter colocado o dedo na ferida.

Ato voluntarioso – “Não vejo nem no Uber nem nesta (do transporte coletivo) como recuo. Vejo os dois como um ato extremamente voluntarioso de quem busca acertar cada vez mais. Seria extremamente negativo fazer como os outros gestores fizeram, dar a concessão, sem dar a contrapartida para a população”, explica Marquinhos, que levou pessoalmente o projeto ao Legislativo ontem de manhã.

Lindo e maravilhoso – Quando a proposta foi votada, em regime de urgência, não faltaram declarações de vereadores sobre o bom relacionamento entre a casa e a prefeitura. Todos elogiaram a postura do prefeito de ir até os parlamentares e explicar a proposição. Chegaram a dizer que o projeto era “lindo e maravilhoso”.

Saúde – O parlamento quer ajudar Marquinhos em outra frente de batalho: a saúde. A casa aprovou requerimento a ser enviado à Santa Casa solicitando informações sobre quanto recebe mensalmente pelo Governo do Estado e do município, além das metas de atendimento estipuladas por contrato e o que foi efetivamente realizado nos últimos 12 meses.

Precisa investir – Falando a produtores rurais ontem pela manhã, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), ressaltou que após a crise em 2014, sobrou uma responsabilidade maior para os gestores público. No entanto, complementou, o Estado não pode ser apenas "gerente de pagamento de folha" e sim propor investimentos.

Obrigado, deputados – O governador agradeceu aos deputados estaduais, publicamente, por apoiá-lo me momento difíceis, quando teve que realizar “medidas duras”, como ajuste fiscal para equilibrar as contas. "A pressão sobre o Legislativo é grande nestes momentos, mas nós tivemos o devido apoio".

Drama familiar – Reinaldo também lembrou de um drama familiar ontem. Disse que prefeitos e vereadores precisam apoiar projetos e recursos voltados a combater o câncer. "Meu pai era uma pessoa da roça, não era de ir ao médico, quando aos 58 anos teve o diagnóstico de câncer, não havia mais tempo para tratar e faleceu oito meses depois".

(com Leonardo Rocha e Richelieu de Carlo)

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