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Jogo Aberto

Até onde respingam as delações da JBS

Waldemar Gonçalves | 20/05/2017 07:00

Advogado do Temer – O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que assumiu a defesa do presidente Michel Temer (PMDB), é dono do escritório que conseguiu nesta semana, em questão de horas, livrar o ex-governador André Puccinelli (PMDB) do uso de tornozeleira eletrônica.

Mariz com o presidente – O próprio Mariz passou boa parte do dia ontem com Temer. Foi discutir “estratégias jurídicas e políticas de defesa” após a revelação das delações dos donos da JBS.

Fita editada – Uma das estratégias já indicadas para a defesa é tentar desqualificar as provas produzidas com a colaboração dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. "Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo", afirmou Mariz, chamando de “indignidade” contra Temer as gravações de conversa entre os empresários e o presidente.

Respingando no gás – Os efeitos das delações da JBS respingam em vários setores. Há trechos, por exemplo, sobre negociações de gás natural da Bolívia para alimentar uma termelétrica no Mato Grosso.

Interesse de MS – A obtenção de preço melhor do gás boliviano é tema que também interessa diretamente ao governo de Mato Grosso do Sul. Não há, no entanto, qualquer menção nas delações dos irmãos Batista quanto a participação do Estado em negócios indevidos neste sentido.

Não apareceu – Nesta sexta-feira (19), aconteceu algo raro: Marquinhos Trad (PSD) não participou de uma agenda pública em que estava confirmada sua presença. O prefeito de Campo Grande é conhecido por gostar de ficar fora do gabinete, em eventos e nas ruas fiscalizando operação tapa-buraco.

Foi a vice – O chefe do Executivo assinaria o termo de cooperação técnica para criação do Procon municipal de Campo Grande, marcado para às 8h30, na Esplanada Ferroviária. Um eventual atraso já é corriqueiro, porém, o tempo foi passando e nada do prefeito. Perto das 10h, o evento começou com a chegada da vice, Adriane Lopes (PEN), que assinou no lugar de Marquinhos.

No gabinete – “Ele ficou preso no gabinete atendendo”, justificou o staff de comunicação da prefeitura. Com a viagem de Marquinhos para Brasília (DF), na quinta-feira (18), a demanda de despachos e atendimentos acumulou impedindo assim sua presença no evento.

Incertezas – “Estamos vivendo em um momento que não se sabe o que vai acontecer amanhã”, declara o secretário municipal de Governo, Antônio Lacerda, ao falar sobre o clima político na capital federal com as delações da JBS. O que levou ao cancelamento da reunião do prefeito e do governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), com o ministro das Cidades, Bruno Araújo.

Otimista – Apesar do cenário negativo, o deputado Carlos Marun (PMDB) garante que com a permanência de Temer, as reformas têm tudo para voltarem a evoluir na próxima semana. Ele aposta que o presidente vai retomar a base.

(com Anahi Zurutuza, Leonardo Rocha e Richelieu de Carlo)

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