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Artes

Ao som da poesia de Mário Quintana, Crianceiras estreia em Campo Grande

Márcio de Camillo fala sobre o Crianceiras ter se tornado uma grande obra de arte-educação que ganhou o Brasil

Thaís Pimenta | 18/05/2018 07:07
Espetáculo conta com a novidade da técnica do Teatro de Papel, com figuras bidimensionais que completam a cena. (Foto:  Amanda Areias)
Espetáculo conta com a novidade da técnica do Teatro de Papel, com figuras bidimensionais que completam a cena. (Foto: Amanda Areias)

Da poética lúdica de Manoel de Barros, o espetáculo Crianceiras agora aflora a sensibilidade com Mário Quintana. Em sua nova fase, estreia neste sábado (19) em Campo Grande, às 17h, no Teatro Glauce Rocha. Depois de uma temporada de três meses em São Paulo, sessões lotadas com antecedência, Márcio de Camillo fala sobre como é voltar para o público que deu origem aos espetáculo e ajudou a construir essa grande obra que é o Crianceiras.

"A gente nota que uma peça puxa a outra. O Crianceiras Manoel de Barros foi visto por 310 mil crianças e adultos e vai completar seis anos em circulação nacional. Estamos com ele no nordeste do Brasil, em Salvador, com sessão para 12 mil alunos, aberta à população. Em Campo Grande, o Mario Quintana está se esgotando também, então isso prova que essa obra já tem seu público, são pessoas que querem ver o seu desenrolar, pra onde ela continua", explica o músico criador.

Até pouco tempo, Márcio era um músico, unicamente, que estava nos palcos, mas nunca no teatro. A experiência em outro espaço é como uma lembrança do pai, o arquiteto Rubens Gil de Camillo. "Meu pai falava que o artista precisa pensar diferente. Ele costumava dizer que projetar é esculpir o vazio e eu criei uma máxima para acompanhar que é a seguinte: Cantar é preencher o silêncio. Então, isso me faz abstrair em várias bases diferentes, ou seja, com uma caneta e uma folha em braco, com um violão, com uma máquina fotográfica, ou com tudo isso junto".

Como ele se auto define um artista inquieto, a gente pode esperar novidades de Márcio e do Crianceiras, que já tem um novo nome para homenagea. "Não posso falar ainda, senão vou estragar a graça do negócio. Eu sei que gosto de mexer com diferentes linguagens e acho que consegui plantar uma obra com continuidade, e o que me deixa mais feliz. O Crianceiras não é só entretenimento, é arte educação. Ele não é importante só pra Campo Grande, é importante pra Língua Portuguesa".

Espetáculo deve lotar em Campo Grande nesta primeira sessão de estreia no sábado. (Foto:  Amanda Areias)
Espetáculo deve lotar em Campo Grande nesta primeira sessão de estreia no sábado. (Foto: Amanda Areias)

Um espetáculo para quem tem um coração criança, Márcio adianta que continua com o mesmo diretor, por Luiz André Cherubini, com um elenco interessante, formado por profissionais de várias regiões do Brasil, como Nath Calan, na percussão e bateria; Tiago Sormani, no teclado, sanfona, flauta e clarinete; Denise Ferrari, no violoncelo; além de dois atores contrarregras.

A novidade fica por conta do uma nova técnica em cena, a do Teatro de Brinquedo ou Teatro de Papel, onde figuras bidimensionais de papelão formam o cenário desenhado pelo designer e artista gráfico Carlo Giovani. "Isso permite uma imersão diferente do público em cena", completa ele.

Inspirado no livro "Canções", de Mário Quintana, o intérprete vê em cena sua casa e sua cidadezinha serem invadidas por enormes edifícios, até a chegada de outros três músicos que trazem consigo a primavera.

Com figurinos de Sandra Vargas, a história começa com um homem de terno cinza. O cenário vazio, aos poucos, ganha elementos também acinzentados, revelando uma pequena casa em uma cidadezinha do interior, que vai sendo transformada pela urbanização e pelo surgimento de edifícios.

Márcio de Camillo canta Mario Quintana. (Foto:  Amanda Areias)
Márcio de Camillo canta Mario Quintana. (Foto: Amanda Areias)

Pessoas com diferentes estilos, em trajes coloridos, vão revelando ao cantor a diversidade da vida, de sons, de cores e de gostos e trazem a festa, a celebração da multiplicidade e a própria primavera – com suas cores vibrantes, sua alegria e sua esperança. O público, sobretudo as crianças, é convidado a participar dessa festa para descobrir por meio do espetáculo que as paineiras hão de florir sobre os muros.

A iluminação do espetáculo é do premiado iluminador carioca Renato Machado, com operação de luz de Camila Jordão e Marcela Katzin. Completam a equipe Roberta Siviero na técnica de som; Paulo Higa, como contrarregra; Agnaldo Silva, na cenotécnica e Luara Bolandini na assistência de direção.

Os ingressos estão se esgotando, mas ainda é possível adquirir na livraria Le Parole, Hering Kids e pelo link. Individual, a entrada custa R$ 60,00.

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Espetáculo estreou em São Paulo com sessões esgotadas. (Foto:  Amanda Areias)
Espetáculo estreou em São Paulo com sessões esgotadas. (Foto: Amanda Areias)
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