Capital volta a ter arte na pandemia com exposição em drive-thru
Associação de artistas de MS promoveu encontro artístico e seguro por meio de exibição de obras vistas de dentro do carro
A pandemia do novo coronavírus ainda não tem hora para acabar, mas parece que as artes aqui na Capital já tem retorno gradual e garantido. Para começar a semana respirando cultura, a Confraria Sociartista (Associação dos Artistas Visuais Profissionais de Mato Grosso do Sul) promoveu uma exposição aberta ao público que, ao invés de aglomerar pessoas, passaram de carro em trajeto drive-thru com muita obra de arte.
A iniciativa “Drive-thru das Artes” foi a primeira presencial da Confraria na temporada de covid-19 – um modo criativo de espalhar cultura que ficou tanto tempo sem ser exibida.
“Nos inspiramos num evento parecido que aconteceu na cidade de São Paulo. As pessoas faziam esse percurso dentro dos seus carros para fruição das obras. Aproveitamos e trouxemos para Campo Grande, justamente para oferecer às pessoas uma solução criativa sem deixar o acesso às artes visuais de MS de lado”, explicou Walter Lambert, artista visual.
Para o evento, o designer de objetos de arte preparou duas intervenções. Em "Conexão Blue Screen", trabalhou o desmonte de um notebook que, para o artista, “representa a nossa íntima relação com a tecnologia”. Já em "PASSIONTEC 3.0", a mão segura um aparelho celular – uma representação da “paixão pelo tecnológico” nos dias atuais.
“O material descartado simboliza uma ‘entrega’, um processo de obsolescência, enquanto que a mão que segura a tecnologia mostra nossa dependência, o ‘ser entregue’. Ao mesmo tempo em que temos o sonho de consumo tecnológico, na outra ponta é simplesmente a cultura do descarte”, considera.
O Drive-thru das Artes também recebeu pinturas, gravuras, esculturas e assemblages. Foram 27 artistas participantes em mais de 60 obras expostas. Segundo Walter ressaltou, houve a utilização de diversos estilos figurativos e também do conceito de arte naïf – um tipo de arte popular e espontânea – além da arte contemporânea.
“O que sempre nos marca é a combinação da temática regional nessas linguagens, trabalhando elementos simbólicos daqui, que faz parte do imaginário do artista, mas também da sua vivência cotidiana”.
As tinham QR codes para passar informações "à distância" ao público presente dentro dos seus carros. Cada código direcionava para um determinado link de explicação da obra e contato do artista.
“Teve até momentos com fila de carros, mas foi tudo bastante organizado. Na entrada, as pessoas recebiam um folheto explicativo e entregavam a doação de 1 kg de alimento, que iremos doar para alguma instituição filantrópica. Praticamente, encheu a nossa caixa d'água”.
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