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Artes

Com bordado em folha seca, Alan não tem limite em sua arte

Artista de 26 anos ainda faz pintura em penas de galinha e até cascas de colorau, tudo encontrado no sítio de sua família

Lucas Mamédio | 24/07/2020 06:41
Ideia surgiu depois de ver alguns vídeos em redes sociais (Foto: Arquivo Pessoal)
Ideia surgiu depois de ver alguns vídeos em redes sociais (Foto: Arquivo Pessoal)

Quais objetos são passíveis de uma intervenção artística? Até aonde o artista pode levar sua capacidade de expressão? Olha, se você conhecer o Alan Vilar, vai ver que dá pra ir bem longe.

Com apenas 26 anos de idade, cursando design em uma universidade da Capital, o artista campo-grandense tem experimentado ao longo de sua breve, mas já rica carreira, vários suportes diferentes para imprimir seu dom artístico.

Segundo Alan, é preciso ter muito cuidado para não danificar a folha (Foto: Arquivo Pessoal)
Segundo Alan, é preciso ter muito cuidado para não danificar a folha (Foto: Arquivo Pessoal)

Sua mais nova empreitada está sendo o bordado em folhas secas. A ideia nasceu no final do ano passado quando viu no Instagram um artista oriental fazer um retrato em uma folha seca. “Quando vi aquilo peguei uma folha seca e experimentei, fiz um autorretrato”.

Logo no início desse ano, também depois de ver alguns vídeos nas redes sociais, Alan decidiu se lançar no bordado. “Eu bordei umas duas vezes no pano. Porém logo nesse período vi uma artista chamada Laura Dalla Vecchia que bordava em folhas, foi quando decidi que iria fazer o mesmo”.

A oportunidade de colocar a experiência em prática veio durante as férias da faculdade, período em que Alan sempre vai para o sítio de familiares aqui em Campo Grande. O sítio, aliás, é um ambiente muito familiar para Alan, que viveu parte de infância em um. “Eu me lembro que ficada desenhando no chão com galhos, na escola desenhava o caderno inteiro”.

Autorretrato que serviu de teste para os bordados de Alan (Foto: Arquivo Pessoal)
Autorretrato que serviu de teste para os bordados de Alan (Foto: Arquivo Pessoal)

Alan conta que buscou nas folhas caídas pelo sítio, uma que desse para fazer o bordado. Ele achou algumas e começou a bordar. “Na folha você não pode ficar testando, não dá para fazer muitos furos e nem muito próximos também, então fui fazendo poucos furos e tentai cruzar as linhas pra preencher os espaços vazios”.

A segunda folha, no entanto, Alan conta que conseguiu fazer com mais facilidade porque usou uma agulha bem mais fina, que danificou menos a estrutura da folha. “É um trabalho muito delicado”.

E o sítio é um parque de diversões para alguém como Alan, que gosta de testar suportes alternativos para aplicar suas técnicas. Antes da folha seca, foi a vez da pintura nas penas.

“Um dia estava andando pelo sítio, sempre andando pelo sítio (risos), eu vi uma pena grande e branca. Achei que daria pra fazer algo legal com ela e fiz. Gostei do resultado e até hoje faço várias pinturas em penas”.

Tucano pintado em uma casca de colorau (Foto: Arquivo Pessoal)
Tucano pintado em uma casca de colorau (Foto: Arquivo Pessoal)

Alan tem como característica usar cores fortes e vibrantes, e é isso que ele faz nas penas, o que deixa qualquer pavão parecer um filme em preto e branco da década de 30.

Alan diz que gosta de cores vibrantes (Foto: Arquivo Pessoal)
Alan diz que gosta de cores vibrantes (Foto: Arquivo Pessoal)

Até cascas de colorau deixadas no chão viraram suporte. Em uma delas, Alan pintou um tucano. “A natureza está descartando essas coisas e a gente olha pra elas com olhar diferente. Eu sempre vejo uma possibilidade artística em tudo”.

A fama de pintar em tudo que vê solto no chão do sítio tem dado dor de  cabeça até no familiares de Alan. “Uma tia minha disse: “você é uma praga menino, agora, por sua causa, não posso mais ver uma pena no chão que lembro de você, antes era só um pena no chão” (risos)”.

Você pode encontrar mais sobre o trabalho de Alan em seu Instagram, o @alan.vilar.

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