Com recorte sem tesoura e papel raro do Japão, Rosana traduz beleza das flores
O papel japonês é raro por ser produzido artesanalmente a partir de fibras de galhos longos das plantas kozo, mitsumata e gampi
Delicadas e de textura macia, as telas e cartões feitas pela artista Rosana Toshie Yanai Miura traduzem seu olhar para as cores. Feitas com washi, um papel japonês admirado por ser fabricado artesanalmente, as telas são únicas. Mesmo que se entenda o material utilizado, é necessária a explicação do toque para entender que a superfície traz uma leveza que depende do olhar e das mãos.
O papel japonês é raro por ser produzido artesanalmente a partir de fibras de galhos longos das plantas kozo, mitsumata e gampi nas águas cristalinas de regiões frias.
As obras são feitas a partir da técnica tiguiri, que consiste em rasgar partes de cada papel e colar um a um dos traços, considerando a harmonia das cores e reflexos para formar o desenho desejado. “Tem pessoas que cortam com a tesoura, mas eu considero o corte com as mãos para garantir uma obra única e muito particular, e justamente dar esses fios que ficam soltinhos”, explica a artista.
O amor pela arte vem desde muito antes de Rosana sequer pensar em transformar os desenhos em obras de exposição. “Eu era bolsista de administração no Japão. Lá é muito rico em cultura e artes japonesas, e sempre visitávamos lugares para conhecer essas artes. E a parte de pintura e colagens foi a que eu mais me interessei”.
Desde então ela começou a produzir cartões e quadros com o papel japonês. “Minha mãe, durante viagens ao Japão sempre trazia os papeis diferentes em que não conseguimos encontrar por aqui”.
O trabalho iniciou há 25 anos, em casa, enquanto os filhos dormiam. De maneira despretensiosa, apenas para transmitir paz, alegria, leveza e amor através dos seus quadros e cartões. “Eu não imaginava que as pessoas comprariam”.
Rosana diz que coloca o coração e sentimento antes de mostrar as telas “os clientes”. “Muitas dessas obras falam muito do meu estado de espírito, da vontade de transmitir a alegria das flores e da natureza”.
Não apenas em telas, que também são trazidas do Japão, Rosana já aplicou os papeis em paredes formando desenhos leves e únicos como revestimentos de um lavabo. “Fiz na minha casa e foi transformador”.
No dia a dia, Rosana é empresária e se dedica à arte nas horas vagas. O trabalho não é feito sob pressão e parte do acervo hoje está exposto em um restaurante da cidade. “Gosto de produzir aos poucos, com calma e tranquilidade, para manter a essência do trabalho”, explica.
Além disso, a técnica e a delicadeza das peças transformam a rotina da artista. “Eu me sinto feliz e realizada quando faço cada uma das obras. Tem a hora que a criatividade flui e eu vou ressignificando olhares”.
Todos os quadros expostos estão à venda na Avenida Bom Pastor, 1030. Para conhecer mais dos trabalhos acesse o Instagram @rosanatymiura
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