Ensaio mostra a força de 3 mulheres que se tornaram “amigas da lua”
Em projeto pessoal, dono de agência convidou 3 mulheres negras para representarem força, sensibilidade e mistério feminino
Representando a pele negra, aflorando a feminilidade e brincando com o "cosmos", um ensaio fotográfico realizado no início do ano transformou três mulheres negras em amigas da "lua". No estúdio, a iluminação imitou a figura do satélite e uma máquina de fumaça deu a atmosfera "mágica" ao ambiente. Tudo isso para mostrar que beleza dos corpos e energia do universo andam de mãos dadas.
"Várias civilizações antigas já tinham a lua como sinônimo de feminino. Sou fascinado por referenciar elementos do universo aos aspectos da história da humanidade. Mas também sempre abordo representatividade nas minhas campanhas, e a pele preta contrastou de forma espetacular na iluminação, revelando um viço encantador", descreve Wilker Diego, 24 anos, dono da Agência Universe e responsável pelo executivo do ensaio "Moon" ("lua", em inglês).
Projetos inspiradores para quebrar estereótipos. Esta é a opinião unânime das participantes, como da nutricionista Aline da Fonseca, de 28 anos. "Ao mostrar a beleza feminina como um todo, sem padrões, rotulagens, mas com muita autenticidade, mais mulheres poderão despertar dentro de si o encorajamento que precisam e merecem. Assim como a lua conecta, ilumina e transcende, a nossa alma também é feita de fases e forças", acredita.
Já para Cristina Batista Xavier Maciel, psicóloga de 36 anos e a outra modelo campo-grandense que integrou o trio, o ensaio uniu de forma simples a leveza do feminino ao empoderamento da mulher negra. "A lua por si representa um grande mistério, uma versatilidade e admiração sem igual, tal como nós mulheres. Ela é uma singularidade exemplar, uma força de atração ao mesmo tempo de distanciamento", considera.
No time, apenas a mato-grossense Açuana Valquíria Marilce Sousa Carvalho, de 18 anos, tem carreira de modelo – inclusive no ano passado ela levou o título de Miss Cuiabá CNB 2020. Por mais que Aline e Cristina não sigam a profissão de modelo, levam maior jeito.
"Como mulher negra que veio da comunidade Tia Eva aqui em Campo Grande, onde existem tantas outras figuras femininas admiráveis, vejo nesse ensaio a união entre acesso e sensibilidade, a luta por um ideal, por um equilíbrio e presença na sociedade", diz.
Tanto Aline quanto Cristina já tinham amizade antes mesmo da campanha fotográfica acontecer. No dia, conheceram Valquíria – e tudo fluiu bem. "Nossa relação foi espontânea e aconteceu de forma super natural. Na verdade, interpreto nosso encontro como algo mágico, livre e sensível, fora muito papo bom e risada à toa", disseram.
Na produção de "Moon", Wilker e as meninas levaram em conta a reflexão que gostariam de causar. "A sociedade como um todo precisa quebrar alguns padrões, revelar identidade a individualidade de cada um. São ações como a do ensaio, com pessoas, corpos e belezas reais que as pessoas podem se sentir representadas de alguma forma", finalizam as mulheres.
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