Lives devem continuar ainda em 2021, dizem produtores e artistas
Fenômeno das lives já virou produto para alguns agentes da indústria fonográfica, para outros é necessário algumas adaptações
Quem não se lembra da live do Gusttavo Lima? Em abril, ele parou a internet com sua estrutura de DVD, usando drones, câmeras profissionais, cenário montado, tudo isso aliado à informalidade das transmissões ao vivo nas plataformas de vídeo. Vale lembrar que ele fez em sua própria casa, com a família, alguns poucos amigos e muita cerveja.
Essa live foi um marco, foi o ponta pé inicial para vários outros artistas começarem a fazer o mesmo. Com todos no início da quarentena, foi uma saída de mestre que aliou a necessidade de vários artistas trabalharem com a carência das pessoas por entretenimento musical.
Mas passados 10 meses de pandemia, é nítido a diminuição das lives até o ponto de nem ouvirmos mais falar delas. Por que será? O fenômeno das lives passou ou veio para ficar?
Para alguns agentes das indústria fonográfica de Mato Grosso do Sul a resposta está a ponta da língua: as lives vieram para ficar e já viraram produto.
O cantor Santhiago Nilson Filho, presidente da União dos Músicos de Mato Grosso do Sul, produziu junto de sua equipe mais de 80 lives até aqui. Segundo ele, as lives já viraram produto de devem continuar no mercado por muito tempo.
"Apesar de ser uma coisa tão simples, era uma coisa que mercado não tinha olhado ainda, mas com a necessidade das pessoas envolvidas, foi uma saída óbvia".
Santhiago atenta para o caráter beneficente das lives. "Nós arrecadamos mais de 6 mil cestas básicas para músicos e profissionais da músicas que estavam parados, então também foi importante nesse início".
Outros músico, produtor cultural e que também produziu e participou de várias lives foi o cantor Jerry Espíndola, que assim como seu colega, pensa que as lives vão se perpetuar, porém, de forma adaptada.
"Apesar dos bares estarem abertos, as casas de show não. Então os artistas ainda estão com o campo de atuação comprometidos. Mas além disso, acho que as lives são uma opção mais barata muitas vezes, e que dá para levar a um público maior".
O dono de estúdio e produtor musical Marcos Rockers é mais cauteloso. Ele acha que as lives, do jeito que são feitas até agora ainda não são produtos, mas acredita que tem potencial.
"Logo que as lives surgiram, vários problemas relacionadas a ela surgiram também. As plataformas não estavam preparadas, houve a questão dos direitos autorias que até hoje não foi resolvidas, tem também a questão de onde vem o dinheiro, como lucrar com as lives. Acredito que isso ainda precisa se resolver. Penso que o futuro das lives será algo pré-produzido e jogado no ar como um DVD, aí sim haverá um produto".
Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.