Mascarado de “A Viagem”, Breno quer sair de Campo Grande
Ator fez sucesso como Adonay, um personagem mascarado e mudo na novela "A Viagem", que está sendo reexibida no canal Viva
Mais uma vez, a novela A Viagem, um dos maiores sucessos da TV Globo nos anos 90, reencontra seu público. A trama está sendo reexibida no canal Viva e está registrando ótimos índices de audiência segundo institutos de aferição.
Um dos personagens mais icônicos da novela, que estava na vanguarda da teledramaturgia, discutindo assuntos muito delicados, como espiritualidade, possessão, planos metafísicos, foi o mascarado Adonay, interpretado pelo ator fluminense Breno Moroni Girão Barroso.
Breno mora atualmente em Campo Grande, onde desembarcou para liderar alguns projetos artísticos, mas foi completamente afetado pela pandemia. O ator, que também é diretor, dramaturgo, mímico, artista circense, professor de interpretação, dublê, locutor e radialista, tem uma carreira extensa, tendo feito mais de 80 filmes e 100 peças de teatro em mais de 20 países.
Nascido em 6 de fevereiro de 1954, em Petrópolis (RJ), formou-se em teatro em 1974. Ele diz como está sendo revisitar a novela que o projetou. “Surpreendentemente eu não assisto novela. E sobre A Viagem, eu nunca revi ela inteira. As pessoas me mandam trechos, vejo partes, mas não inteira. Eu acho muito gratificante e fico feliz pela audiência que ela está tendo”.
O personagem Adonay foi um fenômeno. Mascarado e sem falar, instigava a curiosidade de todos pelo seu ar misterioso. Breno assumiu o papel, reza a lenda, depois da desistência de dois outros atores.
“Se não me engano, aceitei o papel numa sexta-feira, e já ia gravar na segunda-feira seguinte. Eu tinha um monólogo pra falar, mas me lembro que com a máscara o áudio ficou horrível, então junto com diretor, decidimos fazer apenas gestos. Deu muito certo e Adonay foi ganhando importância”.
Sobre o fato de fazer sucesso, mas não ter o rosto exposto, Breno conta que até gostava. “Eu me sentia como um super herói que anda disfarçado pelas ruas. As pessoas falavam de mim sem saber quem eu era. O personagem tinha um cabelo grande, que era meu mesmo, quando eu saia pra rua, deixava preso”.
Após a novela, e revelação de sua indenidade, Breno foi contado para viver outro personagem misterioso, que também fez muito sucesso: o Cadeirudo da novela A Indomada, de 1997, mas por desentendimento contratuais não deu certo.
O ator conta que quando foi trabalhar em Portugal, A Viagem estava sendo exibida por lá, o que abriu várias portas no país. “Todos já sabiam quem eu era e isso foi muito positivo para minha passagem em Portugal”.
Breno tece algumas críticas às novelas atuais. “Existe entretenimento e existe arte. 'A Viagem' foi pura arte, debatia assuntos profundos da humanidade de forma profunda, hoje vemos muitas tramas rasas, mostrando relações de traição, quem quer ficar com quem, coisas desinteressantes”.
Breno Moroni é um artista nômade, mora onde pode manifestar sua arte e sempre visa a próxima avetura. “Eu consegui alguns editais aqui em Mato Grosso do Sul, uma peça que estou adaptando para filme e outros dois projetos. Antes estava em um projeto em Fortaleza e assim que a pandemia acabar, vou botar o pé na estrada de novo”.
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