Neto de Manoel de Barros gravar documentário sobre o chamamé
As lembranças da infância do cineasta Lucas, que leva o sobrenome do avô, o poeta Manoel de Barros, estão em volta do chamamé, música que nasceu na Argentina, mas que é a trilha sonora de Mato Grosso do Sul e agora ganha mais um filme.
“Ao som do Chamamé” começou a ser gravado em janeiro, em Corrientes, na Argentina, cidade que deu origem a música e que promove todos os anos o festival do Chamamé, o maior do estilo. O evento atrai pessoas de vários cantos do mundo e, claro, para se falar dessa música, era imprescindível que as gravações começassem por lá. “A ideia é fazer a ponte entre a música, como surgiu e como veio pra cá”, conta Lucas.
O roteiro foi escrito em 2012, após o apoio de um patrocinador, que gostou da ideia de mostrar o Brasil que foge do samba. O documentário é construído com imagens de shows, artistas e bailes. “Mostra o País sem o vínculo frequente com o samba, para também mostrar outras culturas”, explica o cineasta.
Nascido e criado na capital, desde 1998, hoje ele mora em Florianópolis, em Santa Catarina, mas a família ainda vive em Campo Grande. Na Capital, a casa do cineasta serviu de locação, assim como o clube "Bom Demais", que apresenta na sua programação o estilo.
Artistas como Gregório, Luciana "Chamamezeira", Davi Junior - músico de origem terena, e Maurício Brito, foram entrevistados e terão participação no trabalho. Dino Rocha, um mestre no assunto, teria espaço também, mas por problemas de saúde não concedeu entrevista.
A equipe também passou pelo Rio Grande do Sul antes de chegar a Campo Grande e a ideia é estrear o filme no festival de Corrientes, que vai acontecer 10 a 18 de janeiro de 2014, a convite pela organização do evento. E claro, inserir a produção no circuito de festivais do País, e quem sabe, trazer enfim a Mato Grosso do Sul.