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Artes

Série de MS exibe com amor as louvações de Nanã, mãe dos orixás

“Encruzilha das Estórias” traz registros de louvações de religiões afro-brasileiras, em Corumbá

Bárbara Cavalcanti | 31/08/2021 10:06
Trecho de rituais para a Família de Palha em Corumbá. (Foto: Thayná Cambará)
Trecho de rituais para a Família de Palha em Corumbá. (Foto: Thayná Cambará)

Na mitologia iorubá, o orixá Omulu é filho de Obalauê e Nanã, além de ser gêmeo de Oxumaré e ainda ter outros irmãos. Essa família, nas religiões afro-brasileiras, são chamadas carinhosamente de "Família de Palha e Cajebe". As louvações do povo de Corumbá e Ladário para esses orixás é o assunto do mais novo episódio da websérie "Encruzilhada de Estórias".

Nanã é considerada a orixá mais antiga, a anciã, mãe dos orixás. No sincretismo religioso, é conhecida como avó de Jesus. Falar de Nanã e de toda a família, é assunto complexo. De acordo com a produtora da série, Thayná Cambará, esse episódio foi um novo desafio, tanto profissional, quanto pessoal.

Oferenda feita para Nanã durante uma das louvações. (Foto: Thayná Cambará)
Oferenda feita para Nanã durante uma das louvações. (Foto: Thayná Cambará)

“Não são todas as casas do Candomblé e da Umbanda que fazem louvações a Nanã e às famílias. São orixás mais densos, mais complexos, que falam da vida e da morte. Para esse episódio, eu mesma tive que estudar bastante para conseguir falar e contemplar o assunto”, comenta.

O resultado são registros de ritos e de depoimentos de religiosos de Corumbá e Ladário, em um curta-metragem de 30 minutos.

Depois das louvações de Oxóssi, Yemanjá e Ogum, esse é o episódio mais longo e mais detalhado. “Isso mostra a evolução do projeto, episódio após episódio. E esse é o objetivo, que vá evoluindo ao trazer esses registros de fé”, acrescenta.

Trecho de uma das louvações feitas em Corumbá. (Foto: Thayná Cambará)
Trecho de uma das louvações feitas em Corumbá. (Foto: Thayná Cambará)

Evelyn Alencar Martins, de 41 anos, é mãe de santo no Candomblé. No filme, relata sobre não apenas a importância da fé, mas do registro, para que as pessoas entendam melhor os ritos que, muitas vezes, são mal-vistos.

“Fé é âncora, é alicerce, é vida. Orixás estão em tudo, é vento, água, o alimento que vem da terra. Assim, as pessoas entendem um pouco melhor da nossa religião”, expressa.

Confira abaixo o filme completo:

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