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Comportamento

Amor de MSN fez Duci viajar 3 mil km e mudar com família toda para MS

Duci mudou há 10 anos levando na mala filhos e coragem. Restante da família não demorou e seguiu logo atrás

Raul Delvizio | 29/09/2020 06:25
Foi em junho ou julho? Certo só o ano e o amor que os dois fizeram nascer (Foto: Kísie Ainoã)
Foi em junho ou julho? Certo só o ano e o amor que os dois fizeram nascer (Foto: Kísie Ainoã)

O ano foi 2008, já o mês… bem, toda história tem dois lados. Para Adir, foi amor à primeira vídeo chamada. Para Duci, a paixão veio cabreira, só concretizada quando conheceu ele em Ribas do Rio Pardo. A nordestina viajou os quase 3 mil km que separam Caruaru de MS. Na segunda vez, trouxe mala, filhos e cuia, porque a decisão de morar com o novo marido estava tomada. E tudo isso começou num bate-papo virtual.

Tanto pra um quanto o outro, é "certo" dizer que entre junho e julho começaram as conversas no chat on-line. A ida para o antigo e saudoso MSN – o aplicativo de mensagens instantâneas – foi num pulo. Entre sumiços e outros de Adir por conta do horário de trabalho, o homem já voltou cheio de papinho para a moça.

"Que história é essa de meu amor?", lembra Duci desconfiada. "Se é para namorar, vamos combinar isso direito". E assim começaram com o relacionamento à distância.

"Até liguei para a empresa onde ele trabalhava para me certificar que era ele mesmo" (Foto: Kísie Ainoã)
"Até liguei para a empresa onde ele trabalhava para me certificar que era ele mesmo" (Foto: Kísie Ainoã)

"Eu não aconselharia ninguém a isso, mas se for fazer é melhor abrir o jogo. Eu não queria brincadeira, por isso não menti à ela quem eu era, minhas qualidades e defeitos", reconhece o hoje maridão Adir Diniz. No fim das contas, deu tudo certo. Mas a coragem partiu mais da esposa Ducilene Bezerra do que dele.

"Sou cuidadosa e gosto de me planejar nas coisas. Ele me mostrou por webcam a identidade, o RG, a certidão de nascimento, tudo. Até liguei para a empresa onde ele trabalhava para me certificar que era ele mesmo", confessou. "Fui parar em Ribas e fiquei lá junto à ele por 14 dias. Até a sogra eu 'aproveitei' e já conheci".

Como água e vinho, Adir e Duci tiveram boa mistura. Ele mais sentimental, ela mais sensata. Ele descontraído, ela com o pé no chão. Ambos "voaram" nesse primeiro encontro presencial e "juraram" amor.

"Ele me buscou em Campo Grande e viajamos até Ribas. Tratei logo do bichinho e não dei descanso" (Foto: Kísie Ainoã)
"Ele me buscou em Campo Grande e viajamos até Ribas. Tratei logo do bichinho e não dei descanso" (Foto: Kísie Ainoã)

"Ele me buscou no aeroporto de Campo Grande e viajamos de carro até Ribas. Logo mais naquele dia ele iria trabalhar, então Adir pediu para dar uma repousada. Mas tratei logo do bichinho e não dei descanso", brinca a esposa.

O retorno era prometido. Em novembro daquele ano, Duci empacotou a velha vida em Pernambuco e mudou para o município no interior de MS já com o casal de filhos. Até matrícula na escola já estava acertada. Afinal, "você não casa só com a pessoa". Quem casa quer casa, e isso também estava feito. Moraram todos juntos – somados ao casal de filhos de Adir – durante alguns anos, em perfeita simetria familiar.

O choque cultural pode até ter sido grande, mas nada se compara a "boa vidinha" de interior. "Hoje já me encontro totalmente aqui. Naquela época, Caruaru já era perigoso, e as crianças ficavam presas em casa. Em Ribas não, puderam exercitar a infância, brincar na rua, explorar natureza, ralar joelho".

"Se aqui não der certo, Duci, você pra sempre fará parte da minha vida". Mas era pra ser. E conforme Adir revela, a paixão só aumentou com todo esse passar do tempo. "Conquistar várias por aí é fácil, difícil é manter amor e confiança para a mesma todos os dias. Ela é meu porto seguro, minha estrela-guia".

"Ela é meu porto seguro, minha estrela-guia" (Foto: Kísie Ainoã)
"Ela é meu porto seguro, minha estrela-guia" (Foto: Kísie Ainoã)

Troca dupla – Vieram irmã e mãe de Ducilene visitar a região à turismo onde Adir foi criado, e ambas ficaram encantadas. Assim também como um outro irmão da trupe, que acabou tomando a mesma decisão e trocando Caruaru por Ribas com mala, filhos e cuia. Só um ano mais tarde, é que mãe e filha fizeram a troca.

O lado nordestino dessa grande família continua muito bem em Ribas, apenas o casal 20 que migrou de uns anos pra cá para a Capital, principalmente por conta da educação da caçula e do tratamento de enxaquecas da esposa. Mas como um banho de água fresca para sarar o corpo, Ducilene e Adir sabem que – mesmo com pandemia e tudo – as coisas já estão a melhorar.

E essa história poderia acabar por aqui, mas não é que a irmã Ducileide, cunhada de Adir, também arrumou um maridão no interior sul-mato-grossense? Mauro, o irmão do próprio cunhado.

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Adir está para Ducilene, assim como Mauro está para Ducileide. É uma grande e verdadeira família (Foto: Kísie Ainoã)
Adir está para Ducilene, assim como Mauro está para Ducileide. É uma grande e verdadeira família (Foto: Kísie Ainoã)


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