Após 16 meses de isolamento, Manoel até dançou ao sair pela 1ª vez
Cena emocionou e passeio faz parte do projeto “Transporte Legal”, criado para levar mais alegria aos idosos
Se para quem tem a família por perto, o isolamento social imposto pela pandemia foi difícil, para quem não tem familiar, ele foi ainda mais devastador. A vontade de praticar atividades simples foi surrada pelo medo de um vírus que destrói vidas, por isso, um projeto tem mudado a realidade de idosos que, após muitos meses de isolamento, puderam finalmente sair da “toca”.
É o caso do seu Manoel, de 73 anos, e o seu Flaury, 72 anos. Neste fim de semana, eles protagonizaram uma cena emocionante. A chance de tomar uma água de coco ao ar livre, na Avenida Afonso Pena, fez um deles se levantar e dançar à vontade, para celebrar a sensação de liberdade que ficou escondida nos últimos meses.
Os dois moram no Sirpha Lar do Idoso, uma instituição de longa permanência de idosos. Ambos não constituíram família ou tiveram filhos, mas contam com o apoio de amigos da comunidade, que sempre os auxiliaram dentro das possibilidades que tinham. Contudo, são pessoas que hoje precisam de acompanhamento constante.
Os dois foram até a Afonso Pena graças ao projeto “Transporte Legal”, uma parceria com a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, por meio da destinação de Emenda Parlamentar, a qual foi possível a aquisição de um veículo para transporte dos idosos em consultas, exames e internações.
“Mas também é uma oportunidade para levá-los para passear, saindo um pouco da instituição, onde eles estão em isolamento social desde o início da pandemia”, explica a assistente social Nathália Grabowski, que os acompanhou no fim de semana.
Junto com a ideia de sair, veio a preocupação com a pandemia, por isso, primeiros passeios ocorreram dentro do carro, passeando pelas ruas. Depois, seguindo todas as medidas de segurança, foi possível garantir uma parada longe das pessoas, com uso continuo de máscara pelos cuidadores e técnicos que acompanham o passeio, além de garrafinha de água individual e álcool no carro. “Com toda essa preocupação, passamos a levá-los em locais públicos, porém, isolados das pessoas”.
A experiência aos dois idosos foi incrível e um alento para quem estava isolado. “Não somente pela pandemia, mas também pela própria situação que os levaram até uma instalação de longa permanência”, diz Nathália.
Os destinos para os passeios são os mais diversos: parques, praças e até pelo bairro que o idoso morava antes de ser acolhido. “Uma experiência bem preciosa para eles, e para nós, enquanto equipe”.
A sensação de liberdade que Manoel e Flaury transmitiram no fim de semana, claro, contagiou quem passava por perto. “Vivemos tempos difíceis e passear por Campo Grande faz com que eles voltem para o lar com um brilho diferente no olhar. Percebemos que eles ficam mais animados, alegres, com expectativas para o próximo passeio, escolhendo as músicas que vamos ouvir no carro. Além disso, no trajeto eles contam muitas histórias, visitam lugares conhecidos antes do acolhimento”, finaliza.
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