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Comportamento

Após 18 anos, pai fala em perdão e pede ajuda para reencontrar Raniely

Raimundo relata que não vê Raniely desde 2002, depois dela se mudar com a mãe para Campo Grande e ter perdido o contato

Alana Portela | 30/04/2020 06:37
Raimundo Nonato do Nascimento Carvalho segurando o notebook com a foto da filha Raniely, ainda pequena. (Foto: Arquivo pessoal)
Raimundo Nonato do Nascimento Carvalho segurando o notebook com a foto da filha Raniely, ainda pequena. (Foto: Arquivo pessoal)

Após 18 anos, Raimundo Nonato do Nascimento Carvalho fala em perdão e pede ajuda para reencontrar Raniely da Silva Carvalho. Ele é natural de Piripiri – PI, e relata que a última notícia que teve da filha foi entre 2001 e 2002, quando soube que havia se mudado com a mãe para a Capital sul-mato-grossense.

“Não tive mais contato. Só soube que tinham se mudado para Campo Grande”, diz. Ele tem 46 anos, é contramestre de capoeira e vive há 15 anos na cidade de Reading, na Inglaterra. De lá, Raimundo entrou em contato com o Lado B e contou a história da procura.

Esse é o único retrato que o pai tem de Raniely, na época ela tinha apenas 4 anos. (Foto: Arquivo pessoal)
Esse é o único retrato que o pai tem de Raniely, na época ela tinha apenas 4 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

Conversando com a reportagem, ele comentou que em 1993 foi para Goiânia, onde morou por dois anos. Nesse tempo, conheceu a mulher com quem teve a filha. “Moramos juntos no Jardim Granada II, de 1996 a 1998. Depois, nos separamos e eu continuei dando aula de capoeira”.

Naquela época, após a separação, Raimundo afirma que manteve contato com Raniely. “Ela ficava comigo a cada 15 dias. Passávamos os fins de semana juntos, mas em 2002 não tive mais notícias. Soube pelos vizinhos que tinha se mudado”.

O pai reconhece que não foi atrás de mais informações. “Trabalhava e viajava com a capoeira pelo Brasil e América do Sul. Pensava em procurá-la, mas não sabia como e fui deixando. Antes, era difícil, hoje se tornou mais fácil por conta das redes socais”, diz.

Ele diz que era jovem e sonhava em ter um futuro melhor, por isso, permaneceu em Goiânia até 2007. “No ano anterior, ganhei um campeonato de capoeira e a premiação era uma passagem para a Europa. No ano seguinte, viajei e participei de torneio e batizado de capoeira, morei em Barcelona por três meses até que recebi um convite para ir em um evento de capoeira na Inglaterra”.

Quando chegou em Reading, se encantou pela cidade e resolveu criar raízes. “Era meu sonho morar fora do Brasil e hoje, vivo da capoeira e trabalho também como ajudante de cozinha”.

Após a mudança de país, voltou algumas vezes para participar dos campeonatos de capoeira em Goiânia. A última vez eu esteve por lá, foi em 2019. No entanto, mesmo nesses idas e vindas ao Brasil, Raimundo diz que não teve a oportunidade procurar por Raniely.

Por aqui, não é difícil ouvir histórias de pais que deixaram de ver os filhos ou que nunca mais se interessaram em saber se as crias estão bem. Infelizmente, essa é uma realidade que persiste, principalmente porque é mais fácil para um homem abrir mão de tudo sem olhar para trás. Contudo, Raimundo afirma que isso não aconteceu com ele.  “Não virei as costas para ela. Sei que estou errado em não ter procurado, mas não tinha ideia por onde começar”, desabafa.

Markus à esquerda, abraçando a irmã Rayssa que também está ao lado de Lukas. (Foto: Arquivo pessoal)
Markus à esquerda, abraçando a irmã Rayssa que também está ao lado de Lukas. (Foto: Arquivo pessoal)

Os anos se passaram desde a última vez que viu Raniely. Raimundo teve outra filha, a Rayssa com quem sempre manteve contato e hoje mora com ele na Inglaterra. “Veio para estudar aqui, está comigo há três anos”.

Em 2010 casou-se com a atual esposa, com quem teve mais dois filhos, o Markus e o Lukas. No entanto, apesar da família ter aumentado e estar quase toda reunida, ele destaca que nunca perdeu a esperança de rever Raniely. “Gostaria muito de conhecê-la e pedir perdão por tudo que aconteceu’.

Hoje, Raniely deve estar com 21 ou 22 anos. Após tantos anos, Raimundo sabe que se chegar a reencontrar a filha, pode ser abraçado com amor ou rejeitado pela falta de notícia. No entanto, declara estar de coração aberto e preparado para tudo.

“Não sei qual vai ser a reação dela, mas gostaria muito de poder conversar e saber como foi sua criação. Estou preparado como pai, não vai ser fácil, porém, não custa nada tentar se aproximar ou pelo menos saber se ela está bem. Se já casou, se tem filhos. Talvez, posso ser até avô”.

O reencontro promete fortes emoções, principalmente por conta da incerteza do momento. No meio do bate-papo, ele volta no tempo e recorda da época que viveu com Raniely. “Ver ela pela primeira vez foi marcante, minha primeira filha. Lembro até hoje, é morena e tem cabelos crespos”, comenta.

Raimundo diz que se conseguir notícias da filha, pretende vir ao Brasil para conhecê-la. “Se souber dela quero ir aí. Gostaria muito de poder ajudá-la, que viesse pra cá também para ter um futuro melhor, uma educação melhor e um trabalho bom”, declara.

Caso alguém conheça Raniely ou ela leia essa reportagem, pode entrar em contato com Raimundo através do WhatsApp (+44) 7769778664 ou até por e-mail cobranago@hotmail.com.

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