Após 7 mil km de carona, chilenos apelam para campo-grandense ser mais bonzinho
Jesus, Diego, Simon, Ricardo estão há 7 mil km longe de casa. Sairam do sul do Chile, da Universidade de La Fronteira, com destino a América do Sul. Mas, desde que chegaram em Campo Grande, descobriram que no Brasil não é tão fácil conseguir dinheiro apresentando a arte tão peculiar da região.
“Nos apresentamos em semáforos, ônibus, mas aqui tem sido um pouco difícil. Não temos também onde dormir, mas vamos conversando até encontrar um lugar, alguém que convide”, indica Jesus Patta Fritz, 21 anos, estudante de engenharia civil.
“Nós estamos seguindo diferentes carreiras, eu estudo jornalismo, mas tem engenheiros no grupo também. É uma tradição da Universidad de La Frontera que os alunos façam viagens e apresentem a música. Fizemos todo o caminho pedindo carona”, explica Ricardo Olave, 19 anos, o estudante de jornalismo e um dos que mais entendem português.
Segundo ele, a língua é até fácil, contando que a gente não fale muito rápido. Tudo é muito interessante nos meninos, que também vestem roupas específicas da universidade e cantam muito bem em espanhol.
Diego Villagran, 24 anos, o mais velho do grupo, é o que tenta me explicar a rota que eles irão percorrer. A forma mais fácil que ele encontrou foi desenhar um pequeno mapa no caderno. “Nós saimos de Temuco, no Chile, seguimos por Santiago, Uyuni, na Bolívia, Sucre, Santa Cruz, depois Corumbá, no Brasil e agora Campo Grande. Depois, Dourados ou Bonito, Foz do Iguaçú, Peru, Argentina e Chile”, descreve, animado.
Por enquanto, os meninos ainda não tem muita ajuda, mas não parecem tão preocupados. “Todos os alunos são chamados de Tuna de La Universidade de Frontera. É uma tradição as roupas e a música. Entendemos que os brasileiros não gostam muito de folclore, mas vamos continuar nossa viagem”, promete Ricardo.
Ontem, eles estavam se apresentando na Praça Ary Coelho, mas devem seguir viagem logo pela manhã de hoje.