Após 9 anos, João aposenta prótese desconfortável e ganha vida sem dor
Desconfortável, feita com revestimento em espuma cosmética e encaixe em fibra de vidro. Foi assim que João Francisco de Carvalho, conhecido como seu João, de 66 anos, viveu por nove anos, com uma prótese feita em São Paulo. O material mais duro e antigo causava desconforto para realizar as atividades mais comuns e simples do dia a dia.
Nascido em São Paulo, seu João é amputado há 46 anos, após sofrer um acidente de trabalho. Em meados deste mês de dezembro, ele pôde enfim celebrar o conforto e mais qualidade de vida, ao receber a sua nova prótese confeccionada pela oficina ortopédica do Centro Especializado em Reabilitação da Apae de Campo Grande.
Morador de Dourados, ele soube dos serviços ofertados pela Apae de Campo Grande por meio de uma funcionária da Defensoria Pública que viu a situação da sua prótese e o orientou a buscar os atendimentos da instituição.
Entre as primeiras consultas e avaliações até a retirada de medidas, foram duas idas à Apae de Campo Grande, na terceira vez na instituição, seu João já saiu com a sua nova prótese. “Quando me disseram que fariam a prótese e eu retiraria no mesmo dia, até duvidei, pois, uso desde o ano de 1979 e nunca aconteceu isso”, disse.
No centro, seu João foi atendido pelo técnico ortopédico, Dorival Daikon Villalta, que explicou como o usuário chegou na unidade e quais foram os procedimentos utilizados.
“Seu João chegou com amputação a nível transtibial lado esquerdo. O mesmo já fazia uso de uma prótese apresentando desgaste devido ao longo tempo de uso, onde o mesmo usava várias meias para melhorar a suspensão de sua prótese (não realizada pela APAE/CG), que machucava muito e dificultava o seu uso no dia a dia”, contou o técnico.
Dorival Daikon ainda contou que, após a finalização da prótese foram realizados os testes e alinhamentos necessários e a reação do seu João surpreendeu a todos. “Ele ficou dizendo que estava tudo nota dez. Solicitei que ele caminhasse na entrada da oficina ortopédica para os últimos ajustes de sua prótese e o seu João sumiu. Quando o encontrei, minutos depois, ele disse que se sentiu tão bem que deu uma volta no quarteirão”.
Seu João confidenciou que colocou a nova prótese por volta de 12h45 e só retirou de noite, por volta das 21h. “Ficou tão confortável que não senti dor alguma”, parabenizou.
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