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Comportamento

Após ouvir que "Paulo partiu", ficou para mãe o legado de adotar cartas

Filho fazia questão de pegar uma cartinha do Natal dos Correios, e agora é a própria mãe que continua com esse mesmo gesto de amor

Thailla Torres | 29/11/2020 08:00
Paulo e Dalva, uma das fotos preferidas dela (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo e Dalva, uma das fotos preferidas dela (Foto: Arquivo Pessoal)

Um sorriso rasgado se abre quando a empresária Dalva de Oliveira lembra das primeiras vezes que o filho Paulo Oliveira Junior chegou em casa ansioso com a chegada do Natal e a chance que ele tinha de ajudar crianças na cidade. O filho tinha o costume de adotar cartinhas dos Correios todo fim de ano. Mas quando se despediu da vida, ficou para a mãe e os amigos a chance de dar continuidade ao bem.

Paulo partiu no dia 17 abril de 2017, vítima de um acidente de trânsito na avenida Afonso Pena. À época, sua despedida repentina comoveu muita gente. Mas ainda naquele ano, Dalva lembra que conseguiu adotar cartas. Nos dois anos seguintes o legado deixado pelo filho movimentou até um grupo de mulheres que adotou mais de 100 de cartinhas.

“Foi uma festa emocionante. Todo mundo se sentiu contagiado pelo espírito natalino e solidário de Paulo, um menino bom que nunca deixou de ajudar. Os olhos dele brilhavam quando chegava o fim de ano e ele tinha chance de adotar as cartinhas”.

Paulo era um jovem aventureiro, que amava viajar (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo era um jovem aventureiro, que amava viajar (Foto: Arquivo Pessoal)

Esse ano, numa conversa com o Lado B, Dalva lembrou mais uma vez das cartinhas e resolveu abrir o coração mais uma vez para a imprensa afim de motivar pessoas a adotarem as cartas. “É um gesto simples que pode ser transformador para uma criança. Tivemos um ano muito difícil e desafiador para muitas famílias. Presentear e desejar um Natal cheio de amor é um passo importante para o bem”.

Ainda que a saudade grite dentro do peito, todos os dias, Dalva diz que além do legado da solidariedade, o filho soube deixar a obrigação de ser feliz e lutar pela vida. “A perda de um filho é quase impossível esquecer, mas durante os 28 anos ao meu lado e da nossa família, meu menino soube ensinar muito sobre a vida, sobre a felicidade”.

Paulo era um jovem sorridente, que amava os amigos, estar com a família e as aventuras. “Ele sempre gostou de viajar, curtir a vida, as coisas boas que ele lutava para ter. Sempre nas viagens ele mandava um vídeo especial, fotos, gostava de falar do quanto era bom aproveitar cada momento”, descreve a mãe exibindo os vídeos que ainda lotam a galeria do celular.

Em um ano diferente, se vivo estivesse, Dalva não tem dúvidas do que Paulo faria. “Uma hora dessa ele e a irmã estariam doidos correndo para a compra dos presentes. Com vontade de ver a criançada sorrir. E fazendo com que ninguém na empresa desanimasse, mesmo nessa pandemia”.

Por isso, apesar de toda saudade, Dalva quer continuar o legado do filho e incentivar pessoas. “Adotar nem que seja uma cartinha pode fazer a diferença no seu e no Natal de uma criança. Não deixe de adotar”, sugere.

Adote uma carta – Neste ano, você pode adotar uma cartinha pelo site dos Correios até dia 14 de dezembro, mesma data para entregar os presentes.

Os presentes devem ser entregues pessoalmente em uma agência do Correios, e posteriormente serão entregues nas instituições cadastradas ou via Sedex para a população em geral.

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