Aposentado reuniu amigos que não se viam desde os anos 70
Estudantes do Colégio Vespasiano Martins tornaram encontro especial uma tradição na cidade
Ao olhar as fotografias antigas é difícil reconhecer de imediato os rostos, mas algumas pessoas das fotos eram as mesmas do encontro de estudantes do Colégio Vespasiano Martins que ocorreu na noite de ontem (13), no bairro Aero Rancho. Eles fizeram a maior festa depois de ficarem quase dois anos sem um abraço por conta da pandemia e lembraram como se reencontram após quase três décadas de distância.
O encontro já se tornou uma tradição desde 2016, quando um dos alunos, cansado da solidão, decidiu reencontrar seus melhores amigos da época da escola. A tarefa foi árdua, lembra Wellington Amarier Nazaré, de 68 anos, que além de rever os amigos encontrou um antigo amor, a professora Rosemary de Aguiar, de 62 anos.
“Eu tinha vindo par Campo Grande e, um dia, a caminho do bar, senti muita saudade dos amigos dos tempos da fanfarra, mas eu não tinha contato com ninguém”, lembra.
Foi então que ele passou a ir à busca dos antigos colegas. Wellington sabia onde encontrar Rose, que havia sido também sua namorada na época do colégio. “Ele conseguiu falar com meu irmão e assim começamos a ter contato”, conta a professora.
O reencontro que também virou um novo namoro deu início à realização de um sonho de Wellington. “Esse encontro foi no mês do meu aniversario, em janeiro de 2017, eu sabia que seria um presente ter todos aqui. Ainda me emociono de lembrar que o primeiro encontro tinham só 12 pessoas e hoje somos em quase 60 ex-alunos”.
Rose atuou na educação por mais de 20 anos. Hoje, aposentada, sua maior alegria é ver que conseguiu rever os amigos e ganhou novos colegas. “É muito gostoso voltar no passado e lembrar-se da nossa escola. Na época, o Vespasiano era um colégio caindo aos pedaços, mas não faltava educação e alegria. A nossa diretora era uma querida, ela abria a escola aos fins de semana para atividades culturais, bailinhos, brincadeiras”, recorda Rose.
Ela também lembra que as turmas de 1973 até 1976 viajaram juntas para o interior, aproveitaram a fanfarra e os desfiles tradicionais da cidade. “Tínhamos uma vida simples, mas cheia de felicidade”, ressalta a aposentada.
Jorge Simenes, de 61 anos, veio de Cuiabá só para participar do encontro. “Eu não poderia faltar, né?”, riu. “Essa turma aqui é maravilhosa, está todo mundo meio velhinho, né”, tirou sarro.
Antônia Célia Almeida de Araújo, de 60 anos, era uma das mais animadas. “Sessenta anos depois estou ainda mais linda, maravilhosa e feliz. É muito bom esse reencontro, a gente se sente mais viva”.
Desde 2017, a turma já fez inúmeros almoços e festas. “Sempre que um precisa de ajuda a gente se movimenta. Ninguém deixa o outro desamparado”.
Por conta da pandemia, a edição de 2020 não foi realizada, mas não faltou diálogo nos grupos do WhastApp. “A gente riu, discutiu, brigou, mas ninguém largou a amizade, isso que importa. Felizmente também não perdemos ninguém para a covid-19 e temos a esperança que vamos continuar juntos por longos anos”, diz Rose.
E você, tem vontade de reentrar a turma da escola? Em enquete realizada pelo Lado B neste sábado (13), 49% dos leitores responderam que sentem vontade de rever a turma da escola e 51% afirmaram que não.
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