Às vésperas de fazer 3 anos, vizinha quer dar festa a bebê órfão de mãe
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A mãe morreu de leucemia. O pai nunca teve uma festa de aniversário. A vizinha, que quebra o galho como babá, se comoveu diante dos olhinhos de Guilherme. Às vésperas do terceiro ano do menino, ela começou a se mobilizar para dar a ele uma festa de aniversário. Cena que nunca foi vivida por Guilherme em casa.
Essa história se passa entre os bairros Danúbio Azul e Jardim Noroeste. Isso porque Guilherme dorme com o pai numa casa invadida na região do Noroeste, mas passa o dia próximo do avô, sob os cuidados da vizinha Cristiane.
O menino perdeu a mãe há seis meses, vítima de leucemia. Quando a família descobriu a doença, o corpo já estava tomado. "Ela tinha outras três crianças, mas não eram do marido. Elas foram levadas e ficou só ele e o pai. Ele está muito tristinho e me comoveu, sabe? O pai dele, a gente sabe, ganha muito pouco, estamos tentando conseguir um emprego melhor para ele", descreve a vizinha, Cristiane Maurilho dos Santos Pereira, de 35 anos.
Cabeleireira, o contato dela com o menino surgiu depois que o pai foi cortar os cabelos no salão. "Agora que ele começou a fazer amizade, tem quatro meses. Ele não tem ninguém para ficar com o bebê, então me dispus", conta. As filhas adolescentes, entre 14 e 17 anos dividem os cuidados para com Guilherme. Cristiane fala bebê, mas o menino já é praticamente um "mocinho".
O que despertou o carinho e a vontade de ver Guilherme soprar as velinhas foi uma fala do pai. "Ele me disse que não queria que o filho tivesse a mesma história que ele teve. Ele nunca teve aniversário. Eu ia fazer um bolinho, com as minhas condições, mas agora eu quero dar mais que isso", explica a cabeleireira.
Numa corrente do bem, Cristiane conseguiu bolo, banner, docinhos e alguns salgados para a festa. Tamanha foi a solidariedade que agora falta é espaço para tudo isso. "Não temos onde colocar, a casa dele é de chão batido. Em último caso, eu faço na varanda aqui de casa mesmo", resume.
Timidamente o pai aceitou conversar com o Lado B. Wagner Arruda Braga tem 34 anos e viu a esposa morrer um mês depois de descoberta a leucemia. "Foi pouco tempo, já estava bem avançado. Ela não tinha chances", conta. O filho pequeno está, segundo o pai, ainda desenvolvendo a fala, mas já pergunta da mãe.
"Ele pergunta e ele mesmo responde que ela está no céu ou no hospital, são essas as recordações que ele têm", descreve Wagner.
Autônomo, ele faz bicos como eletricista e encanador. "Eu já não tive festa, a gente vem de uma família carente. Não sei nem o que é festa e eu queria quebrar esse ciclo. O pai já não teve, o filho também não? Só que eu sei que não tenho dinheiro..."
Ele aceitou a ajuda da vizinha e a campanha tem rendido bons frutos. "Vai ser dia 25 de julho parece... O que me importa é ver meu filho feliz. Ele estando feliz, eu fico feliz. Isso é pra gente sorrir..."
Quem quiser ver o que vizinha e aniversariante ainda precisam, o contato é: 9193-7369.