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Comportamento

Bordado em toalha mostra que campo-grandense é criativo no nome dos filhos

Paula Maciulevicius | 09/07/2016 07:10
Pela costura, Vani observou o quão criativo são os pais desta cidade. (Foto: Fernando Antunes)
Pela costura, Vani observou o quão criativo são os pais desta cidade. (Foto: Fernando Antunes)

Onde couber, tem campo-grandense enfiando dois "n", dois "l" e "y" no nome dos filhos. Há quatro anos, Vanni usa o Terminal Morenão para expor seus produtos: bordado em patchwork nas toalhinhas de rosto. E é pela costura que ela observou o quão criativo são os pais desta cidade.

"Quanto mais baixa renda, mais enfeitado é o nome também", constata Vanni Mara Lopes Pereira, de 38 anos. A comerciante cai na risada e já fala "meu Deus do céu", quando a gente pergunta os nomes mais diferentes que ela já teve de bordar. "Eu tinha até uma folhinha dos mais esquisitos... Thallysson Ismael, Thalissi Yasmin, Gustavo YonanKemilly Emanuelly, Wengles Gabriel..." enumera.

No começo, ela achava tudo mais estranho ainda, mas confessa que agora já está até acostumada. "Eu tenho que dar para a pessoa escrever, ou às vezes, muita avó não sabe, nem tem ideia como se escreve, mas encomenda e manda os pais enviarem pelo Whats", conta. Dos mais complicados: já pegou 'Kelvyn Kelrilyn' e um de uma menina que levava cinco "y", mas que agora não consegue se lembrar.

"Quanto mais baixa renda, mais enfeitado é o nome também", brinca Vanni. (Foto: Fernando Antunes)
"Quanto mais baixa renda, mais enfeitado é o nome também", brinca Vanni. (Foto: Fernando Antunes)

Quando ainda há tempo, no caso das grávidas, Vanni tenta até conversar. "Os pais não têm muita preocupação quando o filho for crescer. Eu falo dos problemas que eles podem ter na Enersul, no Detran, na hora de fazer concurso. É tudo lugar que não pode errar o nome", argumenta.

Mas ela mesma responde que de nada adianta. "Eles acham que até lá, até nascer e crescer não vai ter burocracia, é a esperança deles", acredita.

A venda foi parar no terminal porque era o ponto de encontro de Vanni com a clientela para a entrega das encomendas. O tempo que ficava ali esperando, servia para expor produtos. Assim a procura começou a aumentar e ela decidiu ficar fixo ali, de segunda a sexta, das 5h da manhã às 5h da tarde.

O curioso é que para o alívio de Vanni e dos filhos, do ano passado para cá, os pais voltaram a usar nomes comuns. "Clarice, Isabella, Ana, Manuella, nomes mais assim que tem saído e Cecília também. Acho que já vai para dois anos isso, ainda bem, não é?" brinca.

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