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Comportamento

Cachorrinha viaja 58 km para se despedir de dono em hospital

Seu Amarildo está internado há 6 dias e recebe cuidados paliativos

Thailla Torres | 18/08/2022 15:59
Fátima (esposa) e a cachorra Lalinha durante encontro na manhã de hoje, na UTI Cardiovascular da Santa Casa. (Foto: Santa Casa de Campo Grande)
Fátima (esposa) e a cachorra Lalinha durante encontro na manhã de hoje, na UTI Cardiovascular da Santa Casa. (Foto: Santa Casa de Campo Grande)

Ninguém sabe ao certo o porquê, mas dos 4 cachorrinhos da casa, Lalinha é a mais apegada ao dono Amarildo Carlos Ferreira, de 56 anos. Talvez isso justifique a tristeza nos últimos dias, desde que ele foi internado na Santa Casa de Campo Grande. Para se despedir do dono que agora recebe cuidados paliativos, um encontro comovente foi realizado na manhã de hoje (18).

Lalinha, chamada por Amarildo de Lalá, viajou 58 km de Bandeirantes até Campo Grande para reencontrar seu dono. Depois de um banho no pet shop, ela chegou limpinha até a Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular e ficou pertinho dele.

Apesar da fraqueza, Amarildo reconheceu a cachorrinha e chamou algumas vezes pelo seu nome. “Foi uma cena muito emocionante. Ela sempre esteve no colo dele e ao lado dele dentro de casa. Desde a internação, ela não para de chorar pela casa”, diz a esposa Fátima dos Santos Ferreira, de 52 anos.

Fátima segurando Lalinha no colo antes de entrar na UTI. (Foto: Santa Casa de Campo Grande)
Fátima segurando Lalinha no colo antes de entrar na UTI. (Foto: Santa Casa de Campo Grande)

Há seis dias internado, ver Lalá era o principal desejo de Amarildo, por isso, a Santa Casa realizou uma ação que envolveu os Serviços de Geriatria e Cuidados Paliativos e a Comissão de Humanização do hospital para que o encontro fosse realizado.

“Fiquei muito feliz com esse encontro. Tenho certeza que isso foi muito importante para ele”, diz a esposa. Lalá chegou à vida do casal há 3 anos e desde então se tornou o xodó da família, especialmente de Amarildo.

O paciente aposentado está em cuidados paliativos e foi internado para tratar de uma cirrose hepática avançada, também é renal crônico dialético e acumula outras internações do passado. Mas agora está em suporte final de vida, isso quando todas as medidas terapêuticas já foram feitas.

De acordo com a supervisora médica do Serviço de Geriatria e Cuidados Paliativos, Paskale Vargas, a Terapia Assistida por Animais (TAA), conhecida como Pet Terapia, é um tratamento auxiliar para diversos tipos de doenças, muito utilizado por, comprovadamente, promover o bem-estar e a saúde emocional, física, social e cognitiva em pacientes hospitalizados.

“A Pet Terapia é alternativa para tratar a ansiedade e depressão, a gente geralmente traz cachorros que são treinados para isso”, afirma a dra. Paskale Vargas. “Hoje, a equipe proporcionou a humanização. A gente trouxe o cachorrinho do paciente, que é um serzinho que ele tem um vínculo, numa situação de fim de vida. É um paciente dialítico que foi solicitado a suspensão da diálise e está em processo ativo de morte. E o que a gente fez foi realizar um desejo de fim de vida”, finaliza a geriatra.

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