Coragem de pai bomba nas redes ao filmar sucuri para filha conhecer
Para Joana ver animais, Fernando se aventura no rio Olho D’água e já fez registros até de anta, jacaré e capivara nadando
Para que a filha Joana Emanueli possa conhecer animais, Fernando Maidana não mede esforços e mergulha na nascente do rio Olho D’água com uma câmera nas mãos para filmar peixes, sucuri, anta e até capivara nadando. Coragem não falta nesse pai que adora se aventurar na natureza e vale tudo para ver a reação da pequena, até ficar cara a cara com um jacaré-coroa.
“Filmava e enviava para minha filha conhecer. Quando via, ficava maravilhada com tudo. Ela está crescendo em contato com a natureza”, diz Fernando. Joana Emanueli tem seis anos, mora em Campo Grande, enquanto ele vive em Jardim, 238 quilômetros da Capital.
“Apesar da separação, somos apegados. Sempre que posso, vou visitá-la”, diz o pai. Fernando tem 27 anos, é monitor ambiental do Recanto Ecológico Rio da Prata, localizado em Jardim. O lugar atrai vários turistas e chama atenção pela beleza natural, com águas claras, vida selvagem e aventuras.
No ano passado, Fernando começou a trabalhar no local e de tanto observar a natureza, resolveu fazer os registros. “É um lugar incrível, então passei a gravar os vídeos. Mas, não tenho curso de fotografia. Fui aprendendo sozinho, pedindo dicas de técnicas e equipamentos com os fotógrafos daqui”.
A primeira filmagem foi de uma anta nadando, em agosto do ano passado e o registro só foi possível porque Fernando conhecia a rotina do animal. “Sempre via na trilha, ficava com a metade do corpo acima d’água e outra debaixo, depois mergulhava”.
Fernando pediu ao gerente que liberasse uma câmera, para que pudesse filmar. “Me autorizou, falei que a anta passava sempre no período da manhã. Quando cheguei no local, ela começou a subir o rio nadando. Para não a estressar, entrei com calma na água e filmei. Como já sabia a rota dela, tive tempo de me preparar e não ficar no caminho dela”.
Além de mostrar para a filha, ele também postou a imagem nas redes sociais e a publicação viralizou entre os seguidores. Desde então, Fernando não parou mais de fotografar e filmar os animais que encontra no recanto. “Por ser monitor, consigo muitos registros por conhecer e ficar em posições estratégicas”.
Sempre que tem um intervalo, ele pega a câmara GoPro Hero 7 Black à prova d'água e mergulha no rio, sem medo. Nessas aventuras em busca da vida selvagem, chegou a ficar cara a cara com um jacaré-coroa. “Esse é um animal difícil de se deparar durante o passeio, mas como estamos no território dele, acontece de encontrar”.
“Ele é um animal que escolhe mais a margem do rio, fica bem camuflado. Quando tem flutuação, é preciso ser bem observador para vê-lo. É diferente do jacaré-de-papo-amarelo do Pantanal, chega há 1,5 metro de comprimento e não é tão feroz”.
No dia que conseguiu fazer o registro, o jacaré estava escondido entre os galhos debaixo d’água. “Me viu e continuou parado, fica próximo à margem do rio para caçar”, explica. No entanto, para qualquer filmagem, Fernando mantém a distância de pelo menos cinco metros, uma medida de segurança.
“Se obedecer ao distanciamento, pode fotografar tranquilo. A defesa dele é o ataque, por isso respeitamos muito essa distância. Eles têm medo da gente, o que pode acontecer é deles sentirem as pessoas passando pelo rio por conta da vibração da água e se afastar”.
O vídeo também foi enviado para a filha. “Ela gosta de tudo, não teve medo ao ver. Até veio passar uns dias comigo aqui e conseguiu ver a anta, ficou muito feliz”, comenta.
Outro animal selvagem que já se deparou pelas águas do rio foi com uma sucuri de dois metros. “Essa é difícil de aparecer. Por ser monitor, faço um monitoramento da área toda manhã, vejo a quantidade de peixes e nesse dia fui agraciado com a presença dela. Tem que ter o dobro de atenção, pois não se sabe como vai ser o comportamento dela. Vi que estava subindo a nascente”, lembra.
Capivara tem de monte em Campo Grande, mas no Recanto Ecológico Rio da Prata é mais difícil delas darem as caras. “É raro aparecer por aqui, mas já consegui ver”.
Fernando também já fez imagens de peixes, como de piraputanga e dourado. Fora d’água, ainda clicou macaco, arara e seriema. Além das publicações em seu perfil, as imagens também são usadas nas redes sociais da empresa onde trabalha.
Cada dia uma aventura nova e cliques raros para compartilhar com a filha e ter muito assunto para colocar em dia. Desta forma, Fernando e Joana Emanueli vão fortalecendo os laços e descobrindo a vida na natureza juntos.
Mais informações sobre as aventuras selvagens do Recanto Ecológico Rio da Prata pelo contato (67) 99616-3082.
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