De pipa até piada, crianças dão dicas para adultos superarem vida chata
Perguntamos o que acham dos adultos e a resposta foi que gente grande trabalha demais e se diverte de menos
Seja para a Leticia, de 6 anos, ou para a Luisa, de 11 anos, ser adulto parece significar ir perdendo os encantos e a diversão da infância. Garantindo que dá para “ser grande” e superar uma vida chata, as crianças contam o que mais acham dos adultos e, de presente nesse dia 12 de outubro, ainda fizeram uma lista com dicas para quem quer retomar a alegria do cotidiano.
“Adulto trabalha muito, não tem muito tempo para brincar. Eu gosto mais de ser criança”. Vestida de Corujita, uma das personagens do desenho PJ Masks, Luisa nem sabia mais o que dizer sobre a vida adulta, só que ser criança era mais divertido e, por isso, ela garantiu que nem pensa em como vai ser quando crescer.
Dona Marina Souza Rodrigues, de 69 anos, estava com o cabelo combinando com a fantasia de Letícia. Talvez por isso, não se encaixou nas opiniões menos empolgadas da neta quando perguntamos para a menina se ela achava que alguns adultos saíam da curva.
“Tem adulto que é mais legal. Meu pai é legal, minha vó também. Quando solta pipa fica mais divertido, meu pai solta comigo. Ele é meu adulto favorito”, garante Luisa, já dando dicas para quem quer ser um adulto legal em seus olhos.
Aposentada, a avó se divertiu com as respostas da menina e contou que depois de uma vida toda de trabalho tem conseguido voltar para as belezas da infância. “Trabalhei como cozinheira e agora passo bastante tempo com ela. Essa é a primeira vez que ela dá opinião sobre adulto, a gente se diverte”, conta.
Vendo o mundo mais velho como algo duro, Luisa Barbosa, de 11 anos, foi mais longe nas percepções sobre o que ela acha dos adultos. “Na minha opinião, eles existem mais para dar apoio, ajudar nas decisões. Coisas mais sérias. Eu prefiro ser criança porque não preciso trabalhar, pagar conta, coisas assim”, diz.
E, mesmo dizendo que é importante se transformar nessas pessoas que costumam ajudar as crianças e manter as contas em dia, a menina explica que na família vê exemplos de como ser adulto com uma vida melhor.
“Acho que tem muito adulto que não gosta de mostrar seu lado infantil, quer só mostrar que é sério e responsável, mas tem muito adulto que sabe aproveitar a vida de um jeito bem melhor. Minha tia mesmo, ela brinca, se diverte e também trabalha”, completa Luisa.
Coordenadora de Cultura de São Gabriel do Oeste, Neila Barbosa, de 42 anos, é o exemplo positivo da menina. Contando que realmente tenta não perder seu “lado criança”, a funcionária pública explica que até dançar com a sobrinha é uma das estratégias para manter o cotidiano mais simples, pensando nas dicas de Luisa.
Ao lado do irmão mais velho, Lavínia e Luiz Augusto, de 12 anos, contaram que suas visões sobre o que acham dos adultos depende muito de quem é o foco. Para Lavínia, se o adulto em questão é Adair da Silva Oliveira Júnior, de 27 anos, a resposta é mais positiva, mas no sentido geral as pessoas se parecem muito com o relatado por Luisa e Leticia.
“Eles são muito atarefados, não têm muito tempo para pensar em lazer, para brincar”, explica Luiza. Completando o pensamento da irmã, Luiz disse que parece difícil ser adulto e ser divertido ao mesmo tempo, mas que existem exceções.
Enquanto para Lavínia é Adair quem consegue ser um adulto diferente da sua opinião geral porque o irmão se dedica a estar próximo até nas horas das brincadeiras, Luiz tem um tio favorito. “Esse meu tio é muito engraçado, ele conta bastante piada quando a gente tá junto. É um jeito de ser mais legal”.
E, completando a listinha de afazeres para a vida adulta não ser tão chata e complicada, os dois indicam jogar videogame, ter tempo para dançar e até se arriscar em fazer cosplay.
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