De tanto elogio à comida, rotina de cozinheiros em hospital vira amor
Nem pandemia e nem rotina exaustiva na cozinha impediu romance Jaqueline e Fernando
A história de amor de Jaqueline Benites Ribeiro Machado e Fernando Santana Malta poderia ser um episódio de seriado americano hospitalar, se ambos fossem médicos. Mas no caso, ela é copeira e ele é cozinheiro na Santa Casa de Campo Grande e o namoro, que já virou casamento, aconteceu em um piscar de olhos, que nem pandemia e rotina intensa na cozinha atrapalharam. Tem paciente que até elogia a comida e pede para passar o recado adiante ao cozinheiro, e Jaqueline responde “Pode deixar que em casa em falo”, brinca.
Tudo começou em 2017, quando ambos começaram a trabalhar juntos na cozinha. “Ele trabalhava há um ano. A gente nunca conversava, ele era muito na dele e eu na minha. Até que um dia eu fiquei de atestado porque passei mal. Uma amiga minha então veio me falar que ele tinha perguntado por mim”, relembra.
Quando voltou a trabalhar, Jaqueline ouviu de outra funcionária da cozinha que estava na hora de dar uma chance, foi então que os dois começaram a conversar.
Jaqueline já tem um filho de um casamento anterior e a escola do filho dela ficava no bairro onde Fernando morava, no Aero Rancho. “Assim, a gente combinava de conversar, tomar tereré, a gente ia muito no parque Ayrton Senna. Era bonitinho já, dois namoradinhos”, brinca. Apenas um mês depois de conversas, Fernando já chegou falando de casamento.
“Ele virou pra mim e disse que queria casar comigo e queria que eu fosse a mãe dos filhos dele”, detalha. “Eu perguntei várias vezes se ele tinha certeza, afinal eu sou a primeira namorada dele, o primeiro relacionamento sério, antes ele nunca tinha tido. Mas ele insistia que sim”, reforça. A diferença de idade entre os dois é de cinco anos. Na época, Fernando tinha 23 e ela, 28 anos. “Fui eu quem fui falar com os pais dele sobre nosso relacionamento, eu quem pedi”, relembra dando risada.
E o morar juntos e construir uma família dali em diante foi em um piscar de olhos. “Em um mês eu tava namorando, no outro eu tava casando e no seguinte, eu já estava grávida”, detalha Jaqueline. O filho mais velho é o Isaque Luis, de 8 anos e o mais novo, de 3 anos, Luis Fernando.
“Apesar de tudo ter sido muito rápido, graças a deus deu tudo certo. A família dele apoiou, o pessoal aqui também. Ele e meu filho se dão bem, eles têm muito em comum. A gente até com medo da chefia não aceitar, mas eles disseram que, não interferindo no trabalho, está tudo bem. Dizem que a gente separado é como óleo e água, mas juntos, somos o casal perfeito. Foi só bençãos”, expressa.
O casal passa então a maior parte do tempo juntos em casa e no trabalho, mas Jaqueline diz que isso é uma vantagem. “Trabalhar em hospital não é fácil. Tem dias que eu choro, tem dias que ele não está bem. Pra mim, o que acaba comigo é ver crianças doentes. Ele é meu consolo em dias assim, ele sempre me lembra de manter um sorriso e de não me deixar derrubar tanto pelas coisas tristes. Isso ajuda muito, é muito bom poder compartilhar isso com ele”, comenta.
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