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Comportamento

Dona Clarice se aposenta e leva junto hot dog do Buriti após 20 anos

Aos 71 anos, a criadora do hot dog mais famoso do Buriti resolveu descansar. Agora, só fica a lembrança.

Lucas Mamédio | 04/07/2021 09:32
Dona Clarice com seu carrinho em frente de casa (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Clarice com seu carrinho em frente de casa (Foto: Arquivo Pessoal)

Não tem quem não more no bairro Buriti e não conheça o famoso cachorro quente da dona Clarice, perto da Avenida das Nações. Atendendo na varanda de casa, a dogueira fazia parte da rotina alimentar dos moradores há pouco mais de 20 anos, quando vendeu seu primeiro lanche com o falecido marido.

Pois é, quem teve o prazer de saborear o hot dog sinta-se privilegiado. Não só porque era gostoso, mas porque nunca mais vai comer, pelo menos um que tenha sido preparado por ela. Clarice Lauxen, aos 71 anos, vendeu seu último hot dog neste sábado (3).

A viúva, mãe de um filho, resolveu se aposentar e descansar merecidamente.  A postagem da nora, Morgana Wyder, anunciando que dona Clarice pararia, gerou uma enxurrada de lamentações no Facebook.

Dona Clarice com o filho, seu ajudante (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Clarice com o filho, seu ajudante (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ela era muito querida, virou parte da vida de todo mundo aqui. Vai fazer muita falta”, explicou Morgana.

Dona Clarice conta que parou porque já estava cansada. “Comecei no cachorro quente em 2002, mas antes disso sempre trabalhei como autônoma junto do meu falecido marido”, diz ela se referindo a Leonardo David Lauxen.

Seu Leonardo vendia caldo de cana e foi aí que surgiu a ideia de vender junto o cachorro quente. “Começamos num ponto na Avenida das Nações. Dois anos depois meu marido faleceu, mas eu continuei. Só quatro anos mais tarde eu resolvi, por ideia de meu filho, mudar para a varanda de casa, onde ficamos até agora.

O filho era único ajudante da mãe durante à noite. “Ele me ajudava atendendo, mas quem sempre montou os lanches fui eu”.

Sobre a repercussão do anúncio de sua aposentadoria, dona Clarice disse que muita gente pediu ela não parar. “Várias pessoas disseram que não acreditavam, que não era possível”.

Donda Clarice conta que já pensava em parar há algum tempo, mas que a pandemia acelerou esse processo. “O movimento caiu muito, os horários também ficaram muito incertos com os decretos. Senti que era a hora”

O carrinho, os utensílios e as mesas e cadeiras, já foram até vendidos. “Eu vi esse bairro crescer, vi crianças ficarem adultos, virarem pais, tudo vendendo meu cachorro quente. Sou muito grata por isso. Mas tudo tem seu tempo e o meu aqui, deu. Só tenho a agradecer”.

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