Durante 31 dias, Bionda mostra em cores como não é fácil ser drag
Artista faz maquiagens espetaculares que duram, em média, 3 horas para ficarem prontas; desafio no Instagram durou 1 mês inteiro
Seja uma produção mais básica ou algo mais trabalhado como mostram as fotos abaixo, para Bionda, drag queen desde de 2016, não é nada fácil se transformar. Exige emoção e disposição para cada transformação, não tem jeito. São aproximadamente três horas até a finalização de cada maquiagem, depois vem o insistente peso da peruca, o salto alto e o desafio de manter o mesmo nível de energia mesmo que os pés peçam socorro dentro da sandália.
Mas nada disso impede o social media Bruno Dias, de 21 anos, de se transformar todos os dias em Bionda. Inclusive, foi a paixão pelo mundo drag e a resiliência diante dos desafios que levaram ele a criar um projeto em plena pandemia para mostrar as emoções e os desafios de ser uma drag.
“31 dias de drag” é um projeto visual que explora diversas faces da arte, diz ele. “Com estéticas que vão do horror a detalhes gráficos. As inspirações são bem pessoais e surgem de momentos da minha vida e referências do cotidiano. É um projeto bem pessoal, pois meu objetivo é passar, também, através da maquiagem, como eu me sinto”, explica.
O projeto surgiu da necessidade de extravasar na pandemia e na necessidade de ficar em casa. “Assim também posso mostrar que a arte drag sul-mato-grossense tem artistas tão bons quanto dos grandes centros. O feed back tem sido bem positivo tanto para quem me acompanhava, os novos seguidores e também para os apaixonados pela arte drag”.
As transformações exibem sentimentos como tristeza, frustrações, infortúnios, euforia e alegria, diz Bionda. “É um mix de tudo que a vida adulta faz com as pessoas”.
E apesar dos desafios em ser uma drag, cada passo a passo antes de se olhar no espelho é especial. “É o momento em que eu relaxo, me desconecto do mundo, boto algum álbum da Madonna ou uma playlist de músicas contemporâneas e curto o momento. Tem sido recompensador. O processo é uma montanha russa, mas eu o amo”.
Bionda veio da personagem da Mariana Ximenes na novela Uga Uga. “Já tinha tentado outros nomes, mas nenhum deles senti que era o ideal. Esse veio de uma pesquisa aleatória e combinou, porque é curto, forte e único. Você não encontra muitas Biondas no mundo”, diz.
A relação com a arte drag nasceu na infância, lembra. “Quando pegava tamancos escondidos da minha mãe ou usava os batons dela. Sempre estive muito imerso no universo feminino. Mas foi em 2016 que conheci RuPaul's Drag Race e me encantei pela arte drag. Foi a porta de entrada para conhecer essa arte tão incrível e diversificada”.
Quem quiser acompanhar mais do projeto, basta seguir Bionda no Instagram.
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