ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  17    CAMPO GRANDE 26º

Comportamento

Enfermeira faz boneca virar paciente para Cecília perder medo de agulha

Débora Zeferino trabalha na Santa Casa e tenta mudar a perspectiva das crianças durante internações

Aletheya Alves | 28/09/2022 10:01

Depois de uma semana internada na Santa Casa de Campo Grande, Maria Cecília conseguiu deixar de ver o hospital como tortura e ficou até feliz com os procedimentos. Isso porque a enfermeira Débora Zeferino transformou a boneca de Cecília em paciente e, com uma brincadeira estratégica, a perspectiva da internação mudou para a menina.

Mãe de Cecília, Jéssica Benitez conta que a filha precisou fazer diversos exames durante o período de internação na Santa Casa. “Ela coletou bastante sangue e a enfermeira viu como estava sendo sofrido”, conta.

Para se acalmar, Maria ganhou uma boneca da mãe e, aproveitando o momento de felicidade, Débora mostrou na prática para Cecília sobre os pontos positivos do tratamento. “Quando a Maria precisou colocar o acesso para tomar medicação na veia, a enfermeira colocou o acesso na boneca também. Falou ‘olha, sua filha vai tomar um remedinho também’”.

Explicando que a estratégia é usada por ela há 20 anos, Débora diz que muita gente imagina que as crianças não precisam entender o que está acontecendo. “Às vezes, pode parecer que elas não entendem, mas quando você explica, demonstra, isso muda muito”.

Jacaré de pelúcia foi usado para ajudar nos procedimentos. (Foto: Arquivo pessoal)
Jacaré de pelúcia foi usado para ajudar nos procedimentos. (Foto: Arquivo pessoal)
Cecília com cartinha feita por enfermeira e a boneca parceira de hospital.
Cecília com cartinha feita por enfermeira e a boneca parceira de hospital.

Exemplificando esse pensamento, a enfermeira narra que as crianças não costumam entender o motivo de estarem sendo furadas ou de precisar tirar sangue, mas quando entendem tudo fica melhor.

“Quando a criança precisa receber algum dispositivo, nós colocamos também no brinquedo. Então fornecemos seringa e os meios para que ela possa reproduzir na ‘paciente’ dela o que vai acontecer com ela”, detalha Débora.

No caso da Maria Cecília, a enfermeira forneceu os itens para que a menina pudesse fazer o acesso venoso e, no momento da alta, a boneca ganhou até uma carta. “A Cecília ficou com medo de tirar o esparadrapo porque os pelos saem também, então pedi para ela tirar da boneca e, no fim, ela ficou até feliz. Depois fizemos a carta de alta para a boneca e ela saiu aliviada dali”.

Durante toda sua trajetória, Débora conta que já viu diversas situações difíceis com as crianças, até porque começou na área da oncologia. “Me deixava muito angustiada ver a pressão em cima das crianças, então começamos a estudar e ver coisas diferentes, que na época ainda estavam sendo criadas”, diz.

Por isso, além dos brinquedos terapêuticos, a enfermeira também paramenta as crianças, faz brincadeiras e tenta inovar quando as internações são por períodos extensos. “As crianças conseguem se expressar e ficam muito mais tranquilas, então são meios de deixar esses processos menos dolorosos”.

Débora trabalha com crianças há mais de 20 anos. (Foto: Arquivo pessoal)
Débora trabalha com crianças há mais de 20 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias