Fiéis dizem que não querem ver milagres, mas ouvir palavra de “profeta”
O Parque das Nações Indígena não ficou lotado, mas reuniu gente de diversas regiões da cidade e até de fora do Estado para ouvir o “profeta”. A expectativa era de tumulto e multidão no evento onde a estrela é o queniano David Owuor, principal convidado da “Conferência de Arrependimento e Santidade – A preparação para a vinda do Messias”, que vai durar dois dias.
Famoso por “chamar” chuva e prever tragédias, o homem que se diz profeta não fala português, grita bastante, o que dificulta a compreensão. Mas quem foi até o Parque nesta noite, tem fé suficiente para entender qualquer coisa, apesar dos problemas de comunicação.
A expectativa era de pelo menos 50 mil pessoas, mas até às 20 horas eram cerca de 10 mil. A família do cozinheiro Jeferson Silveira, de 42 anos, compareceu completa. Ele é católico, mas foi influenciado pela esposa evangélica. “Apesar de ser de outra igreja, acredito na religião pela fé”, resume.
Sobre as histórias de que o queniano é o homem de Deus na terra, capaz de prever catástrofes e comandar o clima, Jeferson acha que acreditar depende do ponto de vista. “Fé é fé, não podemos ficar duvidando”, argumenta.
As amigas Ana Flávia, 18 anos, e Ingrid Araujo, de 19, chegaram cedo e com o tereré ao lado sentaram no gramado ansiosas pela “palavra”. “Acredito no poder da oração e da palavra Deus, que deu poder a ele. Estou aqui para ser tocada por Deus”, comenta Ingrid.
O bacharel em Direito Emanuel Rocha, 24 anos, deixou esposa e filho em Cuiabá e enfrentou um dia de conexões para chegar a tempo na conferência. Ele diz que o "Espirito Santo" o ajudou a encontrar o queniano na internet. “Há 6 meses, mostrou para mim vídeo dele no Youtube”, afirma.
Depois, em mais pesquisas, descobriu que o profeta estaria em Campo Grande e não teve dúvidas sobre os motivos para viajar. “A palavra dele é diferente, vem de Deus que o escolheu entre todos filhos para transmitir”.
Como todos os outros entrevistados, Emanuel garante não ter curiosidade sobre os supostos milagres ou premunições. O que interessa é o que ele tem a falar. “Vim pela palavra, não preciso de milagre. Estou próximo de Deus”, argumenta.
Juliana silvestre, de 32 anos, é outra que acompanha o queniano pelos vídeos postados no Youtube. “Por isso não podia perder. Também não busco milagre, porque ele já estava acontecendo só por eu estar viva”, comenta.