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Comportamento

Filho transforma camisa do pai que morreu, há 15 anos, em ursinho

Ursinho de pelúcia cheio de histórias, agora é companheiro das filhas de Fábio e memória do avô

Bárbara Cavalcanti | 11/08/2021 08:42
Fabio com as filhas e o ursinho, que antes era camisa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fabio com as filhas e o ursinho, que antes era camisa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quando o pai do psicólogo Fabio Luiz Gadda Guimarães Estral, de 39 anos, faleceu em 2007, um dos itens que ele guardou de recordação foi uma camisa azul e branca. Mas agora, a sogra de Fabio transformou a camisa em um ursinho de pelúcia, que vai estender ainda por mais tempo, a lembrança de Luiz Carlos Guimarães de Araújo.

“Eu passei por toda a fase de luto, mas nunca tive coragem de jogar essa camisa fora. Inclusive, até de vez em quando, ainda usava”, relatou Fabio. Durante todos esses anos, Fabio guardou e cuidou da camisa para que ela não se deteriorasse.

Fabio vestindo a camisa que era do pai. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fabio vestindo a camisa que era do pai. (Foto: Arquivo Pessoal)

Seu Luiz lutou contra o retorno de um câncer, mas acabou não resistindo e falecendo quando Fabio tinha 25 anos. Não chegou a conhecer as duas netas, a Maria Luiza, hoje com 9 anos, cujo nome foi dado em homenagem aos avós, e Olivia, de 2 anos de idade.

Fabio diz que, há um tempo, já procurava alguma inspiração para transformar a lembrança da camisa. “Vi na internet algumas coisas, achei muito legal, mas não sabia quem poderia fazer isso de transformar uma roupa em algo novo”, explicou.

Foi então que a sogra de Fabio, dona Oneize Estral, costureira de mão cheia de 54 anos, aceitou transformar a camisa de seu Luiz em um objeto novo.

O resultado foi um ursinho, todo caprichado e que deu todo um novo significado à camisa de seu Luiz. Fabio só tinha visto o resultado por foto e foi durante a conversa com o Lado B, que ele recebeu o ursinho. “É perfeito, muito mais lindo do que na foto”, declarou. Aos fundos, era possível ouvir Olivia gritar de felicidade ao receber o “brinquedo”.

Resultado final da transformação da camisa em ursinho. (Foto: Arquivo Pessoal)
Resultado final da transformação da camisa em ursinho. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ao falar do pai, é perceptível a saudade no tom de voz de Fabio. “A gente tinha uma relação bem achegada. Não guardei só a camisa não, guardei também um cachimbo dele, uma estátua de um budha e ainda um anel, que eu nem tenho coragem de usar pra não perder. Meu pai era militar, lembro de vários momentos bons em que ele me levava pra pescar ou no boliche. Ele me incentivou muito a ir estudar em Cuiabá e também lembro de uma cartinha que ele escreveu à mão para mim”, relembrou.

“Agora, minhas filhas vão poder ter um pedacinho da lembrança do avô ainda por muito mais tempo. A camisa já era mais velha que eu, e agora ainda vai durar muito mais, quem sabe até para os netos”, brincou Fabio.

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