“Foi incrível”, diz Dahiana ao estrear cadeira que leva ao Morro do Ernesto
Adolescente tem sequelas da paralisia cerebral e, apesar da chuva, viveu experiência única
A estudante Dahiana Milagros Gaona Fleitas, 16 anos, não se rendeu à tristeza ao ver as primeiras gotas de chuva caírem. Pelo contrário, a alegria ganhou uma proporção maior no coração da adolescente, que só queria subir o Morro do Ernesto, mas as sequelas da paralisia cerebral sempre a impediram.
Antes da pandemia, quando a menina conheceu o lugar, os vidros fechados e escuros da camionete a impediram de aproveitar as belezas do percurso. Dahiana recebeu uma segunda oportunidade de refazer a viagem, mas dessa vez, na cadeira adaptada “Julietti”.
O Lado B fez uma matéria sobre a cadeira Julietti, que deve ajudar pessoas com deficiência a realizarem o passeio no Morro do Ernesto. O idealizador do projeto é Gilberto Gomes Barbosa, foi que convidou Dahiana para estrear a cadeira.
A aventura, que ocorreu na tarde de sábado (30), contou com a presença da mãe, Fátima Fleitas, 39 anos, que nunca tinha visitado o lugar e acompanhou a menina. Além delas e de Gilberto, voluntários fizeram parte do momento especial e tornaram possível o sucesso da aventura.
O trajeto - “Foi incrível”, respondeu animada Dahiana. Com essas duas palavras, a jovem começou a descrever a experiência única que vivenciou no final de semana. Orgulhosa, ela garante que a chuva que caiu nos primeiros 10 minutos de percurso não a impediram de continuar. “Deu uma chuviscada, mas não desisti e subi do mesmo jeito, pra mim, foi uma alegria”, enfatiza.
A tarde passou de forma tão agradável, que ela perdeu a noção do tempo e não soube dizer ao certo que horas terminou a viagem até o topo. “Eu nem olhei o horário, só estava curtindo a paisagem, natureza e o céu. Foi incrível, dessa vez, consegui visualizar tudo melhor e tirar bastante foto”, conta.
Ao concluir a subida, a emoção tomou conta da estudante e um contratempo não tirou a graça da viagem. “Nós comemoramos bastante porque deu tudo certo. Infelizmente, o pneu da cadeira furou lá, tive que descer de camionete, mas tava ótimo”, afirma.
Na perspectiva do Gilberto, a experiência toda foi algo extraordinária. Ele relata que conseguiu ver a alegria da ex-aluna do começo ao fim. “No começo da trilha, ela estava toda feliz por causa da chuva. Ela disse que queria subir do mesmo jeito e nós falamos que íamos começar o passeio com a alma lavada. Foi algo surreal e ela comentou que a paisagem era linda”, fala.
A Dahiana já planeja a próxima visita, mas ressalta que quer dar oportunidade para outros usarem a Julietti. A cadeira, inclusive, agradou a jovem. “Ela é bem confortável, deu pra subir bem, não senti dor, nem nada. Se Deus quiser, quero ir de novo, mas agora, vou dar oportunidade pra outro cadeirante aproveitar o passeio”, finaliza.
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