Há 50 anos, Carlos dá “Feliz Natal” para todo mundo de janeiro a dezembro
Ele garante que usar a frase o ano inteiro revela sorrisos e transforma qualquer ambiente
Antes mesmo da chegada de dezembro, o clima natalino invade os quatro cantos do mundo. A famosa frase “Feliz Natal” já fica na ponta da língua pelo menos até a chegada do novo ano. Na contramão da maioria, o empresário Carlos Sanches, de 73 anos, decidiu fazer a diferença e deseja “Feliz Natal” de janeiro a dezembro, há mais de 50 anos.
A vida de Carlos, com certeza, daria um livro. Nascido em São Caetano do Sul (SP) chegou por aqui, em 1959, de Maria Fumaça. Foi no Estado que criou raízes e se casou pela primeira vez. Após dez anos de casamento, em 1982, um grave acidente de trânsito causou a morte de sua esposa e filha.
Sozinho junto ao filho, à época com oito anos, Carlos buscou forças no Espiritismo e nos ensinamentos de Chico Xavier, que foi um amigo particular, para encontrar conforto.
“Fiquei 40 dias no hospital, 10 no Paraná e 30 na Santa Casa com meu filho, Não me revoltei contra Deus. Mas sentia saudade, é natural. Mas eu acredito em vidas sucessivas e tive conforto. O que podemos fazer com o passado é tirar uma experiência”, pontua.
Mas e o Feliz Natal o ano inteiro? A frase começou a ser dita bem antes. Para ser sincero, seu Carlos não lembra exatamente a data, mas explica o porquê a partir do que chama de “um sonho”.
“A história começa da seguinte forma. Era quase meia noite e alguém falava comigo, mas eu não sabia se estava dormindo ou se estava acordado. A voz dizia: Carlos, vou lhe dar um presente. Imediatamente eu voltei aos meus tempos de criança e fiquei muito empolgado com a notícia. Eu perguntei qual era o presente e ouvi: Nós somos uma equipe e vamos te dar mais 24 horas para você viver, esse tempo é todo seu”, conta.
Ainda sobre o sonho, Carlos lembra que poderia usar as 24 horas para amar o próximo ou odiar, para aprender as coisas da vida ou simplesmente levar a vida, para ensinar o que aprendeu ou ser egoísta e inúmeras outras opções.
“E eu fiquei com tudo aquilo na mente. Quando amanheceu o dia, eu fiquei pensando que poderia não ganhar o segundo dia e decidi viver intensamente cada dia como se fosse único e o último e levar o mesmo presente de Natal para as outras pessoas todos os dias”, frisa.
Carlos acredita que, automaticamente, o principal motivo do Natal, que é o nascimento de Jesus Cristo, acaba ficando em segundo plano, já que todo mundo se anima em listas de presentes e a ceia.
“Somos muito pequenos diante do grande universo e outros planetas que existem. Eu tive a oportunidade de visitar um planetário por duas vezes. Eu moro num planeta fantástico e maravilhoso que se chama Terra e eu quero viver bem. Quero ser um fator multiplicador do otimismo, esperança e da felicidade e o Feliz Natal que eu desejo todos os dias, leva essa felicidade. Você chega no escritório às vezes está todo mundo sério, tenso com uma coisa, e quando eu digo um feliz Natal cria um outro ambiente”, explica.
Seu Carlos atua no segmento de livraria há 46 anos e é o proprietário da Arquitécnica, que funciona no mesmo endereço há 43. Ele não se considera um poliglota, mas se comunica em alemão, inglês, francês, espanhol e italiano.
Depois da morte da primeira esposa fez questão de ampliar a venda de livros espíritas em sua empresa, tendo edições únicas em seu estoque. Hoje, os negócios são administrados pelo filho Luciano e o segundo casamento já dura 37 anos.
Carlos admite que também passa por provações, mas garante: “Se eu já aprendi que conquistar o que é bom é válido e leva bem estar às pessoas, todo dia é Natal”, finaliza.