Há 8 anos, ONG tenta tirar a dependência e dar a vara para pescar
Grupo foca em capacitar crianças, jovens e idosos para que eles criem seu próprio caminho
Ajudas pontuais são necessárias, mas auxiliar quem precisa não depender mais é o ponto de mudança. Esse é o pensamento de Julia Leite, fundadora e presidente da Associação Amor Pela Vida. Há oito anos, ao invés de focar na caridade, o grupo que integra a instituição tenta “dar a vara” para que crianças, jovens e idosos “pesquem” por si mesmos.
“Sempre falo que precisamos capacitar a família em relação à conscientização. No caso das crianças, os pais precisam entender que os filhos são deles. Estamos colaborando com o crescimento, mostrando que ele é capaz de ser o que quiser, mas cada um tem sua responsabilidade”, resume Julia. A ideia é que, ao invés de manter as pessoas dependentes da organização, elas consigam melhorar e conquistar suas vidas.
Isso acontece na prática através de três projetos desenvolvidos pela associação: o primeiro destinado às crianças, para que tenham um apoio pedagógico, lanche, atividade de musicalização e roda de leitura; com os idosos, fazendo aulas de atividade física e de artesanato; e, por fim, com a equipe de saúde oferecendo palestras sobre temas diversos.
Contando sobre a história dos projetos, Julia explica que tudo começou graças ao então Hospital do Amor. Isso porque na época da sua implantação em Campo Grande, ela foi convidada a integrar a equipe. Dessa forma, retornou a Mato Grosso do Sul, já que na época morava em Brasília.
“Eu fui voluntária na parte de captação de valores. Sou assistente social, então sempre me envolvi com essa área. Um dia, um amigo me chamou para fazermos uma ação de Natal. Juntamos bicicletas e cachorro quente para levarmos até uma comunidade no Indubrasil”.
Naquele período, ela ainda estava vinculada ao hospital, mas ao ver a necessidade das famílias, entendeu que outras ações precisavam ser realizadas por aqui. “Eu fazia o trabalho de prevenção ao câncer, mas queria fazer mais. Me desliguei do hospital como voluntária, falei com um grupo de amigas e expliquei minhas ideias”, descreve.
O objetivo era criar uma organização que pudesse atender pessoas de idades diferentes, focando na possibilidade de mostrar caminhos a serem seguidos por elas. “Me falaram que eu era doida porque queria atender desde crianças até idosos. Mas minhas amigas aceitaram e começamos a trabalhar”.
No início, as ações de prevenção ao câncer eram o principal, mas novos apoiadores foram se unindo para que o projeto crescesse.
Conforme o tempo passou, o grupo começou a entregar alimentos, mas ao invés de apenas fazer esse momento de garantir a comida, aproveitaram para apresentar e desenvolver ações educativas.
Hoje, quatro comunidades são atendidas com marmitas, 14 recebem palestras e, no espaço da ONG, 50 crianças vão para as atividades in loco, assim como 30 idosos.
“A instituição tem que entender que não podemos apenas dar, isso não muda a mente de ninguém. Temos que pensar no futuro, até porque não sabemos o que será da ONG. Queremos conscientizar de que estamos aqui para ajudar, mas que é necessário trabalhar a ideia de que apoiamos para o crescimento independente de cada um”, completa.
E, quem se interessar pela ONG, o perfil no Instagram é @associacaoamorpelavida.
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