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Comportamento

Hábitos saudáveis são mais comuns entre quem tem maiores renda e escolaridade

Maior consumo de hortaliças, alimentos não ou minimamente processados, peixes e realização de atividade física estão entre eles

Lucia Morel | 18/11/2020 16:00
Hábitos saudáveis são mais comuns entre quem tem maiores renda e escolaridade
No ano passado, segundo o IBGE, “a prática recomendada de atividade física no tempo livre cresceu com o nível de instrução”. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Maior consumo de hortaliças, alimentos não ou minimamente processados, peixes e realização de atividade física de forma regular é mais comum entre as pessoas que têm Ensino Superior ou renda acima de 5 salários mínimos em Mato Grosso do Sul.

PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que no Estado, quem mais consome hortaliças – ao menos 25 vezes na semana – tem alguma graduação, o que corresponde a 18% dos entrevistados, caindo para 10,7% entre quem tem apenas o Ensino Médio e para 8% e 6,9% entre aqueles que têm apenas o Fundamental ou não possui instrução, respectivamente.

Hábitos saudáveis são mais comuns entre quem tem maiores renda e escolaridade
Fonte: PNS/IBGE

Nesse quesito, MS e a Capital, Campo Grande, ainda são – entre as unidades da federação e as capitais do Centro Oeste – onde menos se consome esse tipo de alimento, com média de 10,1%, sendo que no Brasil, a taxa chega a 13%.

Vale destacar ainda que brancos são 12,8% dos que consomem hortaliças e pretos e pardos, 7,4% e 7,9%, respectivamente. Idosos com mais de 60 anos se alimentam mais com esse tipo de comida (14,5%) que os jovens entre 18 e 25 anos de idade (5,2%).

A pesquisa revela ainda que “por nível de escolaridade, 38,1% dos que tinham superior completo consumiam peixe, em média, uma vez por semana, proporção em cerca de 10 pontos percentuais acima dos demais níveis de escolaridade”. Por idade, o consumo de peixe em 2019 foi de 24,1% entre 18 a 24 anos; 24,9%entre 25 a 39 anos; 32,5% entre as pessoas de 40 a 59 e de 29,8% entre os com mais de 60.

Em relação ao consumo de alimentos não ou minimamente processados, as maiores taxas são entre quem tem Ensino Superior Completo (31,8%) e entre os que têm a partir de 60 anos (27,1%). Quem é branco teve consumo de 23,7% em 2019. A inclusão desse tipo de alimento, que é mais saudável, na alimentação, decresce conforme a idade e a renda diminuem e também é menor entre pretos e pardos.

Outro hábito saudável entre os com maior escolaridade é a prática de atividade física fora de casa ou do trabalho. No ano passado, segundo o IBGE, “a prática recomendada de atividade física no tempo livre cresceu com o nível de instrução”, sendo de 50,36% entre os que têm alguma graduação; 34,7% entre quem tem o Ensino Médio; 30,6% entre os que têm apenas o Fundamental e de 17,8% entre os sem instrução.

Hábitos saudáveis são mais comuns entre quem tem maiores renda e escolaridade
Hábito de comer hortaliças é considerado saudável. (Foto: Arquivo)

Quando relacionado à idade, esse hábito tendeu a diminuir quanto mais velha é a pessoa. “O percentual de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no tempo livre tendeu a diminuir com o aumento da idade, como pode ser observado nas proporções dos grupos de idade de 18 a 24 anos, onde 37,0% praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto dentre os adultos de 25 a 39 anos de idade a proporção foi de 34,3%, na faixa de 40 a 59 anos este percentual foi de 30,6% e no grupo de 60 anos ou mais 20,8%”, mostra a PNS.

Destaca-se ainda entre quem tem ensino superior completo, o hábito frequente de atividade física doméstica, sendo que MS ficou em primeiro lugar no Brasil nesse quesito, com 21,2%, seguido de Goiás (20,6%) e Bahia (19,3%).

Menos saúde – Entre os alimentos considerados menos saudáveis, como doces, bolos, refrigerantes e sucos de saquinho, bem como sal e ultraprocessados, a média de consumo não difere muito entre as médias de renda ou escolaridade, mas se acentua dependendo da idade.

“Foi considerado consumo regular de refrigerante quando o morador referiu beber refrigerante em pelo menos cinco dias da semana. No MS, 11,3% das pessoas de 18 anos ou mais de idade consumiam regularmente refrigerantes (Brasil, 9,2%), sendo o hábito mais frequente entre os homens (12,0%) do que entre as mulheres (10,7%) e maior também entre os mais jovens, 22,8% das pessoas de 18 a 24 anos de idade consumiam regularmente refrigerante, enquanto entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade, a proporção foi de 6,4%.”

Em relação ao consumo de “doces, como bolos, tortas, chocolates, gelatinas, balas, biscoitos ou bolachas recheadas em cinco dias ou mais na semana”, este ficou entre 12,6% e 16,6% conforme a escolaridade, sendo praticamente a mesma entre quem tem nível superior e quem tem apenas o fundamental.

Já por idade, foi maior entre os que têm 18 e 24 anos (22,5%) e ficou entre 12,1% e 15,2%  para os mais velhos.

Hábitos saudáveis são mais comuns entre quem tem maiores renda e escolaridade
Fonte: PNS/IBGE

Sobre o consumo de sal, a pesquisa mostra que “à medida que aumenta o grupo etário, a proporção de pessoas que consideraram elevado o seu próprio consumo de sal, diminui. Entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade, 7,2% das pessoas tiveram a percepção de que seu consumo de sal nos alimentos é elevado, entre a população de 18 a 24 anos foi de 19,9%”.

Por fim, em relação aos alimentos ultraprocessados, a PNS ressalta que “o consumo de alimentos ultraprocessados é considerado um fator de risco para a saúde das pessoas. A proporção de pessoas que consumiram cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados foi de 14,3%, para Brasil e de 13,0%, para MS”.

E também é maior entre os mais jovens. É de 22,2% entre pessoas com 18 a 24 anos e de 6,0% entre as com 60 anos ou mais.

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