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Comportamento

Kendi “tuna” bicicleta por R$ 150 e usa para passear até Terenos

Há 30 anos, o japonês vem aperfeiçoando suspensão das bicicletas que é dono, mas tudo começou por um comentário do pai Antonio

Raul Delvizio | 06/11/2020 07:16
Kendi é o eletricista inventor por trás das "molas" de bicicleta (Foto: Henrique Kawaminami)
Kendi é o eletricista inventor por trás das "molas" de bicicleta (Foto: Henrique Kawaminami)

Kendi Watanabi é o criador por trás de bicicletas bem diferentes: modificou o mecanismo de suspensão para deixar “as rodadas” – segundo ele – “mais mansinhas”. Eletricista de profissão já aposentado e “bicicleteiro” nas horas vagas, aos 64 anos percorre os asfaltos de Campo Grande e vez ou outra vai até parar em Terenos pra dar um “rolê” de 30 km. Inspiração tem de sobra, mas tudo começou por um comentário piadista de seu pai, Seu Antonio.

“Sobre andar de bike nas ruas de Campo Grande, meu pai brincava que era ‘de cair a dentadura,’ justamente por nem todas as ruas serem asfaltadas, eram de terra, cheia de buracos e ‘desafios’, que a bicicleta respondia aos solavancos”, relembra.

Assim, lá atrás Kendi teve a ideia que foi aperfeiçoando com o tempo. “Porque não fazer uma, melhorar a suspensão para ter menos impacto no chão?”, questionou. Por estar envolvido em ambiente de mecânica, onde trabalhava, o japonês se inspirou no conceito de molas que os carros possuem em cada rodas.

Uso quase que diariamente minha bicicleta 'caloizinha', mas também montei o mesmo sistema para a da minha esposa. Estou há 30 anos sentado no selim de uma bike, mal uso carro".

Ideia criativa surgiu pelo comentário de seu pai Antonio (Foto: Henrique Kawaminami)
Ideia criativa surgiu pelo comentário de seu pai Antonio (Foto: Henrique Kawaminami)
Sistema de suspensão "tunado" minimiza o impacto da bike no chão (Foto: Henrique Kawaminami)
Sistema de suspensão "tunado" minimiza o impacto da bike no chão (Foto: Henrique Kawaminami)

“O garfo eu mesmo fabriquei em casa. Já as molas eu comprei em uma casa de parafusos e adaptei ao modelo de bike pra suspensão ficar macia. Demorou algumas ‘versões’ até chegar na de hoje, já que antes era tudo precário e os materiais não eram práticos ou resistentes”.

E não é que funciona? Só de Kendi dar um pulo no Centro e estacionar a bike, sempre tem quem junta à ele querendo saber mais, entender do que se trata. Ele garante: “tem gente que até tira foto”.

Rapaz, tem que patentear isso daí!”. “Você tem que ser estudado pela Nasa”, são alguns dos comentários bem-humorados.

Kendi é eletricista aposentado e "bicicleteiro" nas horas vagas (Foto: Henrique Kawaminami)
Kendi é eletricista aposentado e "bicicleteiro" nas horas vagas (Foto: Henrique Kawaminami)
Na "branquinha" da esposa, Kendi também fez uso da sua invenção (Foto: Henrique Kawaminami)
Na "branquinha" da esposa, Kendi também fez uso da sua invenção (Foto: Henrique Kawaminami)

“O pessoal do ciclismo aqui da Capital fica doido, todos curiosos mesmo, admirados pela invenção de R$ 150 que proporcionei às minhas bicicletas, isso sem precisar gastar um centavo na compra de um modelo mais moderno, que pode chegar a mais de R$ 800. É só ter paciência e um pouco de criatividade”.

Infelizmente, o pai de Kendi não pode ver essa última “peripécia” do filho, pois faleceu antes de acompanhar como ficou. “Pelo menos a inspiração partiu dele”, reflete. De bicicleta em bicicleta, nas estradas da vida.

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Nesta foto, chegando ao acesso principal da Indubrasil (Foto: Arquivo Pessoal)
Nesta foto, chegando ao acesso principal da Indubrasil (Foto: Arquivo Pessoal)
"Mal uso o carro": Kendi já pilota bicicletas há mais de 30 anos (Foto: Henrique Kawaminami)
"Mal uso o carro": Kendi já pilota bicicletas há mais de 30 anos (Foto: Henrique Kawaminami)
O japonês fez uma amostra pra equipe do Lado B (Foto: Henrique Kawaminami)
O japonês fez uma amostra pra equipe do Lado B (Foto: Henrique Kawaminami)
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