Manoel roda a cidade com carro que tem crochê do volante ao banco
Esposa do motorista de aplicativo começou a fazer peças para o veículo e não parou mais
Quem anda pela cidade utilizando aplicativo de viagem vez ou outra encontra algo diferente nos carros dos motoristas. O Lado B já mostrou algumas histórias, como a da Kátia que fez o urso ‘GG’ virar colega de trabalho e o Emílio que faz a alegria de passageiros com o veículo decorado.
Dessa vez, a reportagem encontrou Manoel Germano Marques, de 67 anos, que tem o carro cheio de crochê. Dos bancos ao volante, o crochê está em todo lugar. As peças foram feitas com muito carinho pela esposa Darlene Souza Marques, de 56 anos.
Cozinheiro há 22 anos em um restaurante italiano do Bairro Jardim dos Estados, Manoel começou a trabalhar como motorista de aplicativo há 1 ano. Ele comenta que pouco a pouco, a esposa foi criando os detalhes em crochê, que compõem o carro.
“Na época da pandemia falei pra ela fazer um daquele para pôr o álcool. Aí ela fez, depois falou: ‘Vou fazer um pro banco’. Aí ela começou a estudar e ir fazendo. Ela sempre gostou de fazer, ela é paraense, então a sobrevivência do paraense é o artesanato”, comenta.
A reação dos passageiros, conforme Manoel, são diferentes. "Tem muito elogio, mas uns que parecem que nem percebem, outros falam: 'Nossa, lembrei da minha mãe, irmã", fala.
Olhando de perto, é possível ver que quase todo o carro ganhou uma peça de crochê. Os bancos da frente e de trás têm de ponta a ponta a proteção formada pelas linhas branca e vermelha, que combinam com a cor do automóvel. Só não tem crochê no carpete, porém o motorista colocou tapetes coloridos no chão.
Se depender da Darlene em breve o esposo também irá ganhar um tapete personalizado. Ela fala que tem intenção sim de criar essas peças. "Eu estava pretendendo fazer o tapete do carro tanto de frente, como de traz. Na parte de trás quero fazer na parte de cima um tapete peludo de crochê. Tô pensando em fazer”, explica.
Quando se empenhou no crochê para 'proteger' o carro, ela não imaginava que o trabalho artesanal fosse chamar atenção ou fazer as pessoas se lembrarem de alguém. "A gente fez porque fez, mas ele me fala às vezes: 'Olha, alguém mandou parabéns'", comenta.
Em casa, Darlene garante que quase não tem nada de crochê, porém quando tem tempo cria alguma coisa nova. "Eu sempre faço alguma coisinha, eu não tinha essa habilidade, mas depois que vim de Campo Grande comecei a inventar. Depois tive a ideia de vender algumas coisas”, finaliza.
Confira a galeria de imagens:
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